Sons no Património com 17 concertos no Grande Porto até meados de Novembro
Chegado à sua 7.ª edição, o ciclo mantém o objectivo de “promover a música portuguesa e, em simultâneo, levar as pessoas a visitar o património”. Começa esta sexta-feira.
Difundir a música portuguesa e o património: este é, desde a sua primeira edição, em 2018, o grande objectivo do ciclo Sons no Património, que chegado à sua 7.ª edição (manteve-se nos anos da pandemia, com os cuidados inerentes) volta a animar a Área Metropolitana do Porto a partir desta sexta-feira e até meados de Novembro. A grande alteração, ao longo dos anos, não foi no número de concertos e de locais que se mantêm 17 desde o início, mas sim no seu espaçamento. Se em 2018 e 2019 tudo se concentrava em apenas quatro dias, mantendo-se em edições posteriores algumas sobreposições (dias com 2 ou 3 concertos em igual número de locais), o programa deste ano apresenta apenas um concerto por dia, permitindo assim, a quem possa e queira, assistir a todos os que estão programados.
“Este evento está pensado para criar uma ideia metropolitana, um espírito metropolitano, de pertença a uma comunidade”, diz ao PÚBLICO Jorge Vultos Sequeira, presidente da Câmara Municipal de S. João da Madeira e membro efectivo (até 2025) no Congresso dos Poderes Locais e Regionais Europeu, órgão do Conselho da Europa. “A divulgação é feita em todos os municípios para os ali residentes possam visitar os outros, assim difundindo o património e a música. Porque o objectivo é promover a música portuguesa (todos os artistas são portugueses) e, em simultâneo, levar as pessoas a visitar o património, porque os concertos acontecem em lugares de valor histórico, artístico e arquitectónico.”
Centrado nos fins-de-semana (sexta, sábado e domingo), o ciclo começa esta sexta-feira com uma actuação dos Bandua no Castelo de Santa Maria da Feira, às 21h30. Sábado, às 18h, o palco será a Cividade de Terroso, Póvoa de Varzim, com Velho Homem + Homem em Catarse. E domingo, às 16h, os Reino da Fruta actuarão no Museu Quinta de Santiago, em Matosinhos. As actuações vão-se adequando, na programação, aos locais escolhidos. “Eu não faço a curadoria, que é entregue a programadores com sensibilidade artística e musical, mas creio que há esse cuidado”, diz Jorge Vultos Sequeira. “Há performances no Castelo de Santa Maria da Feira, no Mosteiro de Arouca, em igrejas, em parques, como o concerto dos Duques do Precariado aqui em São João da Madeira, no Parque Ferreira de Castro, ou a Capital da Bulgária na Casa-Museu Guerra Junqueiro, do Porto.”
Nos fins-de-semana seguintes, teremos os Club Makumba em Santo Tirso (dia 4, às 22h, na Quinta de Fora da Escola Profissional Agrícola Conde São Bento), João Caetano em Arouca (dia 5, 21h30, no Mosteiro de Arouca) e Silly em Vila Nova de Gaia (dia 8, 17h no Convento Corpus Christi), Lena d’Água + Benjamim em Oliveira de Azeméis (dia 11, 21h30, no Coreto do Largo da Alumieira), Duques do Precariado em São João da Madeira (dia 11, 21h30, no Parque Ferreira de Castro), Luís Peixoto na Trofa (dia 13, 17h, na Igreja Paroquial do Muro), JP Simões em Vale de Cambra (dia 18, 21h30, no Santuário de Santo António), Bateu Matou em Gondomar (dia 19, 21h30, no Pavilhão Multiusos), Capital da Bulgária no Porto (dia 20, 16h, na Casa-Museu Guerra Junqueiro), PZ em Valongo (dia 25, 21h30, no Centro de Documentação da Bugiada e Mouriscada), Tiago Sousa em Espinho (dia 26, 21h30, na Igreja Matriz) e Chica na Maia (dia 27, 16h, na Fundação Gramaxo).
Ciclo “está a consolidar-se”
Para Novembro, estão marcados mais dois concertos, os últimos desta edição: Phole, na Igreja Matriz de Vila do Conde (dia 9, às 21h30) e Bia Maria na Igreja de Santa Eulália Sobrosa, em Paredes (dia 16, às 21h30). E se vários destes concertos são antecedidos, conforme se pode ver no programa oficial, por visitas a espaços com eles relacionados, o último, em Paredes, amplia essas visitas a várias horas, com ponto de encontro no Largo da Igreja de Sobrosa às 14h45 para um périplo, a partir das 15h, por várias Casas Senhoriais e os seus jardins, terminando, a partir das 17h30, com uma “visita à Casa das Campas para experienciar uma desfolhada e degustar produtos locais”. Antes do concerto das 21h30. Para este programa, avisam, “as inscrições devem ser feitas até ao dia 12 de Novembro”.
Todos os concertos são gratuitos, tal como a generalidade das visitas, havendo uma ou outra com “um preço simbólico”, explica Jorge Vultos Sequeira. “A gratuitidade, para nós, é muito importante, porque queremos eliminar quaisquer barreiras à participação.” As visitas que antecedem os concertos inserem-se nos objectivos deste ciclo, acrescenta: “Conhecer o património material e também imaterial, porque a desfolhada, por exemplo, é um conjunto de práticas e tradições que têm muito de imaterial.” Tudo isto acaba por atrair um público dos municípios abrangidos e também vindo de fora, o que, para Jorge Vultos Sequeira, significa que este ciclo continua no bom caminho: “Está a consolidar-se. O nosso objectivo é que ele ‘assente arrais’ e que penetre na mente das pessoas.”