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Incêndio em Águeda. Habitantes defendem casas com ramos e ancinhos
Águeda é um dos concelhos do distrito de Aveiro com maior área florestal
- Número de mortos sobe para sete. Despiste mata mais três bombeiros - siga a situação dos incêndios ao minuto
Ainda há instantes estava tudo bem, naquela parte alta de A-dos-Ferreiros, em Águeda, mas, num ápice, as chamas saltaram a estrada, entraram no eucaliptal e ameaçaram as habitações. Em A-dos-Ferreiros as nuvens negras de fumo há muito que se iam vendo, destacando-se do céu cinzento que cobria toda a zona. O fogo passou por aquela área durante a noite e deitou abaixo postes de telecomunicações, que atravancam o acesso a Préstimo, queimou sinais e tudo o que encontrou pela frente, mesmo até à margem dos muros que rodeiam as casas. Foi assim por todo o lado, por ali. Ninguém consegue dizer onde está pior. Até porque o pior pode estar ausente num segundo e chegar no instante seguinte.
Foi assim, pelas 11h30, em A-dos-Ferreiros. Chamas rasteiras abeiravam-se de duas casas e os moradores, apoiados por alguns poucos bombeiros, tentavam apagá-las, recorrendo a baldes de água e ramos de árvores. Os olhos inchados e vermelhos de Paulo Nunes, 54, mostram bem que esta última tarefa não foi a única do dia nem da noite. Segurando o telemóvel, mostra o negro da noite e os montes a arder, cobrindo toda a encosta em direcção em Talhadas, onde o fogo andou imparável umas horas antes. Dizem que veio dali, mas Nuno Pontes, 46 anos, que saiu do centro de Águeda para acorrer a familiares, encolhe os ombros, desalentado: “A gente nem sabe de onde vem.”
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