A quebra de produção das vindimas na Região Demarcada de Lisboa é “mais acentuada do que os 15% inicialmente previstos”, sendo que, em muitos casos, chegará a 40%, refere uma nota de imprensa da Comissão Vitivinícola da Região de Lisboa (CVR Lisboa). Contudo, regista-se um recorde nas vendas dos vinhos, com um aumento de 4% face a 2023.

No comunicado, aponta-se que a maioria das adegas já se encontra “em plena laboração”, tendo as vindimas entrado em “fase de cruzeiro”. Nos últimos anos, foram plantadas novas vinhas, que entram, agora, em funcionamento. Porém, segundo o Presidente da CVR Lisboa, Francisco Toscano Rico, isso “não será suficiente para contrariar o cenário de quebra”.

Até ao final do ano vitivinícola, a produção fica condicionada pelas “condições climatéricas das próximas três semanas”. Mas o presidente da CVR Lisboa, citado no comunicado, acredita que “o grau de profissionalismo e a capacidade de intervenção dos vitivinicultores vai fazer toda a diferença”.

Esta quebra regista-se num ano em que já se bateram recordes de vendas. Nos primeiros oito meses de 2024, venderam-se 50 milhões de garrafas de todos os Vinhos de Lisboa, mais dois milhões do que no mesmo período de 2023, o que corresponde a um aumento de 4%.

A maior parte das vendas corresponde a exportações para “cerca de 100 países”, entre os quais se destacam os Estados Unidos da América, o Reino Unido, o Brasil, o Canadá, países escandinavos, a Alemanha e a Polónia. Cerca de 20% do consumo corresponde ao mercado nacional. Sublinha-se que o aumento das vendas destes vinhos tem sido alavancado pelo “Leve Lisboa”, marca cujo crescimento esteve perto de 80% nos primeiros oito meses do ano.

Os chamados Vinhos de Lisboa incluem todos os vinhos produzidos na Região Demarcada de Lisboa, que engloba Carcavelos, Colares, Bucelas, Arruda dos Vinhos, Alenquer, Torres Vedras, Lourinhã, Óbidos, Encostas d’Aire e a Sub-Região Medieval de Ourém.

Texto editado por Ana Fernandes