Novo Google Pixel: mais do que já é, é o que pode vir a ser
O Google Pixel 9 é uma nova e importante montra para a inteligência artificial da Google, mas só está completo para quem escolhe o inglês: o português vai ter de esperar.
A tendência não é nova, mas parece estar a ganhar velocidade com a promessa iminente da inteligência artificial (IA) nos dispositivos domésticos, em particular nos telemóveis: o anúncio de novas funcionalidades, sem que ainda seja possível usufruir delas. Foi o caso do lançamento do novo Pixel 9 em Portugal, o topo de gama da Google posto à venda em pleno Verão (meados de Agosto), numa clara antecipação à apresentação do iPhone (9 de Setembro) — no ano passado, o Pixel 8 foi anunciado em Outubro. Esta “pressa” fez-nos também experimentar o novo telefone ainda sem o novo sistema Android 15, que deve chegar aos telemóveis Pixel em Outubro.
Na revelação à imprensa foi notória a ausência de soluções para o nosso mercado: as grandes novidades ainda não estão disponíveis em português, nem sabemos quando vão estar, com a Google a dizer apenas que será “em breve”. Apesar disso, o Pixel 9 é um telemóvel que se posiciona entre os melhores dispositivos Android do mercado.
Tivemos oportunidade de testar a versão mais musculada, o Pixel Pro XL (a partir de 1220 euros), um telemóvel grande com um ecrã de 6,8 polegadas e especificações de topo, a começar pelo ecrã OLED capaz de emitir 3000 nits de brilho máximo, assente num chassis robusto e colorido — a cor rosa chegou, finalmente, aos topos de gama. Outro destaque vai para os novos sensores das câmaras, que permitem a captação de imagens com melhor qualidade, em particular no vídeo. De resto, as diferenças em relação ao anterior Pixel 8 não são substanciais. No entanto, a Google sublinha que a resistência estrutural do novo smartphone é “o dobro” em relação ao modelo do ano passado — consulte as especificações técnicas na página oficial da Google.
O Pixel 9 (a partir de 920 euros) tem 12GB de RAM e os dois Pro dão o salto para os 16GB, a base que dá ênfase à potencialidade do novo processador Tensor G4, o mais bem preparado para as tarefas de inteligência artificial. As funcionalidades de edição fotográfica são as mais imediatas, como a já conhecida remoção de objectos. Este ano, a Google acrescenta outra, a que chamou “Add Me” (adiciona-me), e que funciona surpreendentemente bem. Trata-se de uma função que permite tirar fotos de grupo incluindo a pessoa que tirou a primeira fotografia, adicionada ao conjunto posteriormente. Afinal, o que é uma fotografia?
Mas a funcionalidade com mais impacto para o dia-a-dia é talvez a omnipresença do assistente Gemini, que está sempre “à espreita”. A IA da Google perscruta tudo o que fazemos no telemóvel, tornando possível solicitar ajuda a partir de qualquer momento, seja para identificar um objecto, seja para pedir uma recomendação, seja para manter uma conversa.
Contudo, esta forma mais avançada denominada “Gemini Live” é uma das funcionalidades que ainda não estão disponíveis em português; bem como a aplicação Screenshots, que organiza numa pasta todas as capturas de ecrã que fazemos e permite pesquisar conteúdo dentro das mesmas; outra é o Pixel Studio, um gerador de imagens a partir de uma ideia escrita. Estas novas funcionalidades estão disponíveis, para já, apenas em inglês e no pacote Gemini Advanced, que custa em Portugal 22 euros por mês (integrado na subscrição Google One).
Importa sublinhar que o assistente da Google é bastante competente na comunicação em português europeu, apresentando (dizendo) aqui e ali uma ou outra palavra tirada do português do Brasil (como “electrônico”) — já do iOS não podemos dizer o mesmo, com a Apple a fazer saber esta semana que o próximo sistema operativo continuará a ignorar o português de Portugal.
Em complemento com o Pixel 9 Pro XL, chegou-nos o Pixel Watch 3, desta feita na sua versão mais reduzida, com ecrã de 41mm (o tamanho maior tem 45mm). Disponível em Portugal a partir de 399 euros, mostra a consolidação do ecossistema Pixel e esbate ainda mais as diferenças que existem entre iOS e Android. Escolher entre um e outro é cada vez mais e apenas uma questão de hábito e gosto.