Cinco saudades dos outros
Existem palavras intraduzíveis. São poucas, e não são nossas, mas existem.
Nesta altura do campeonato, é cada vez mais difícil encontrar quem ainda leve a sério o excepcionalismo da saudade. Foi bom enquanto durou. Durante décadas, terá sido uma das exportações nacionais de maior sucesso, ao nível da cortiça, do tomate processado, e do treinador de futebol comicamente temperamental. E o mérito é nosso. Todos juntos, sem estratégia concertada, decidimos olhar nos olhos milhares de estrangeiros e dizer-lhes que sim senhor, “saudade” era uma palavra única, tão única que não se pode traduzi-la para qualquer outra língua sem perder algo essencial.
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