A importância vital do aleitamento materno

O aleitamento materno é uma prática que beneficia não apenas a saúde física e emocional do bebé e da mãe, mas também fortalece os laços familiares e contribui para uma sociedade mais saudável.

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O leite materno é considerado o "alimento perfeito" para os bebés Jonathan Borba/pexels
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O aleitamento materno é muito mais do que apenas a oferta de alimento ao bebé, é um acto de amor, cuidado e um vínculo profundo entre mãe e filho. O leite materno é a nutrição ideal para os recém-nascidos, oferecendo todos os nutrientes necessários nos primeiros meses de vida e protegendo o bebé contra infecções e doenças.

Além disso, é um elemento-chave para o desenvolvimento emocional e a segurança do bebé. A mãe também colhe benefícios importantes, como a redução do risco de certas doenças e a ajuda na recuperação pós-parto. Diante da sua importância, é crucial entender o porquê da existência de iniciativas como a Semana Europeia do Aleitamento Materno, celebrada anualmente na 40.ª semana do ano e que, em 2024, se estende entre 30 Setembro e 6 Outubro.

A Semana Europeia do Aleitamento Materno foi estabelecida para promover e apoiar a amamentação, sensibilizando a sociedade sobre os benefícios do aleitamento tanto para a saúde das crianças quanto das mães. A escolha de celebrá-la na 40.ª semana do ano é simbólica: coincide com a duração típica de uma gestação humana, sugerindo a continuidade natural entre a gravidez e o período de amamentação.

A semana é dedicada a aumentar a conscientização sobre a importância do aleitamento materno e a incentivar a implementação de políticas públicas que apoiem as mães. As actividades incluem campanhas de informação, workshops, e eventos comunitários que oferecem suporte prático às mães que amamentam, além de encorajar a sociedade a criar um ambiente acolhedor e favorável para a amamentação.

Benefícios do aleitamento materno

Para o bebé
O leite materno é considerado o “alimento perfeito” para os bebés. Ele contém a mistura ideal de vitaminas, proteínas e gorduras necessárias para o crescimento e desenvolvimento. Além disso, é mais facilmente digerível do que o leite artificial, o que resulta em menos problemas digestivos para a criança.

O aleitamento materno também fortalece o sistema imunológico, protegendo contra doenças comuns na infância, como infecções respiratórias e diarreia, e está associado a um menor risco de desenvolvimento de alergias. Já existem evidências de que uma amamentação por dois ou mais anos fará com que esta criança esteja mais protegida em adulto contra doenças como a diabetes, tensão alta, asma e obesidade. Para além de que o nível de QI e de vinculação são mais elevados em crianças amamentadas.

Para a mãe
Durante a amamentação, o corpo libera oxitocina, uma hormona que ajuda o útero a voltar ao tamanho normal e reduz o sangramento pós-parto. Além disso, o aleitamento continuado por pelo menos dois ou mais anos está relacionado com a redução do risco de desenvolver cancro da mama e ovário. Sendo que estudos recentes vieram demonstrar que uma amamentação de pelo menos dois ou mais anos protege a mulher de ter tensão alta, diabetes ou osteoporose depois da menopausa. Para muitas mães, amamentar é também uma experiência profundamente gratificante, que fortalece o vínculo emocional com o bebé e oferece um sentido de realização.

Desafios e soluções

Embora os benefícios do aleitamento materno sejam amplamente reconhecidos, muitas mães enfrentam desafios que podem dificultar o processo. Entre os principais obstáculos está a falta de apoio logo no hospital, pois nem todos os profissionais de saúde têm formação na área. Também no regresso ao trabalho nem sempre há as condições necessárias para a extracção de leite, uma vez que não devia tirar o leite nas casas de banho, mas num gabinete médico ou pelo menos numa sala de reuniões.

A pressão social para desmamar precocemente (antes dos dois anos), as dificuldades fisiológicas na produção de leite (por exemplo, uma hipoplasia mamária não detectada na gravidez), a falta de informação adequada e de apoio familiar, pois não existe cultura de amamentação, nem histórias de amamentação para partilhar, podem dificultar o processo.

Para superar esses desafios, é essencial que as mães tenham acesso a recursos de apoio, tanto no nível familiar quanto comunitário e institucional. As políticas públicas desempenham um papel crucial nesse sentido, pois podem apostar desde a licença maternidade ampliada — uma licença exclusiva de seis meses, tal como a Organização Mundial da Saúde (OMS) preconiza a nível de amamentação exclusiva —, até a implementação de espaços apropriados para a amamentação em locais públicos e no local de trabalho.

Além disso, a educação pré-natal e o acompanhamento pós-parto por profissionais de aleitamento/lactação qualificados é essencial para garantir que as mães recebam as orientações necessárias (tanto a nível do regresso ao trabalho, como para o desmame após dois anos), sendo que existe a SOS Amamentação linha telefónica gratuita (213 880 915), e consultores de lactação pela International Board Certified Lactation Consultant (IBCLC), ou seja, pessoas certificadas internacionalmente, espalhadas pelo país, cujos nomes podem ser consultados no site da Associação Portuguesa dos Consultores de Lactação.

Assim, o aleitamento materno é uma prática que beneficia não apenas a saúde física e emocional do bebé e da mãe, mas também fortalece os laços familiares e contribui para uma sociedade mais saudável, porque tem impacto directo na Saúde Pública. A celebração da Semana Europeia do Aleitamento Materno na 40.ª semana do ano é importante para relembrar da continuidade natural entre gravidez e aleitamento, reforçando a importância de apoiar as mães na sua jornada de amamentação.

À medida que a sociedade avança, é crucial que continuemos a promover o aleitamento materno, criando um ambiente favorável e de suporte para todas as mães. Ao fazer isso, estamos a investir no futuro, garantindo que as nossas crianças cresçam saudáveis e seguras.

Incentivamos todos a participar das actividades da Semana Europeia do Aleitamento Materno espalhadas pelo país, a apoiar as mães que amamentam e a promover uma cultura de incentivo ao aleitamento em todos os níveis da sociedade. É um compromisso com a vida, o amor e o bem-estar das futuras gerações.

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