Esquerda francesa sai à rua em protesto contra a escolha de Barnier para primeiro-ministro

Mélenchon diz que vai votar a favor da moção de censura a Macron e desafia a extrema-direita a fazer o mesmo.

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Manifestação em Paris contra Macron e a escolha de Barnier para liderar o Governo Manon Cruz / REUTERS
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Milhares de pessoas acudiram este sábado à convocatória de 150 protestos em toda a França, em cidades como Paris, Estrasburgo, Lyon, Nantes ou Bordéus, para protestar contra a nomeação do conservador Michel Barnier como primeiro-ministro, apesar da vitória da coligação de partidos de esquerda nas últimas eleições legislativas.

Várias figuras da Nova Frente Popular estão a participar nas manifestações, incluindo Jean-Luc Mélenchon, da França Insubmissa, que anunciou que o seu partido vai votar a favor de uma moção de censura contra o Presidente, Emmanuel Macron, que nomeou Barnier.

“Aconteça o que acontecer, votaremos a favor da censura de um tal governo na Assembleia Nacional”, prometeu Mélenchon, num discurso proferido durante o protesto em Paris, convocado para denunciar o “golpe antidemocrático” de Macron.

“Desafiamos todos os charlatães que vieram persuadir-nos de votar a favor da moção de censura. E, especialmente, aos que dizem representar a rejeição do sistema, mas que são, na realidade, o seu seguro de vida mais constante. Estou a falar da União Nacional”, atirou, referindo-se ao partido de direita radical e extrema de Marine Le Pen.

“Não há nada acima do povo soberano: nenhum monarca, nenhuma lei, além daquela que emana do povo”, sublinhou o líder da França Insubmissa.

Entretanto, Barnier realizou o seu primeiro evento oficial após a consulta no Hospital Necker, centro pediátrico especializado localizado na capital francesa, reunindo-se com profissionais de saúde.

Organizações juvenis como a União dos Estudantes e a União das Escolas Secundárias convocaram protestos em todo o país, com o apoio de todos os partidos da Nova Frente Popular, menos o Partido Socialista. Vários sindicatos e organizações civis também se juntaram.

“A nomeação de Michel Barnier é uma dupla negação do resultado das eleições”, criticou Manuel Bompard, coordenador da França Insubmissa, lembrando: “A Nova Frente Popular conquistou o primeiro lugar nas eleições [e] o partido de Michel Barnier [Os Republicanos] obteve 6,5% nas eleições legislativas”.

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