Macron: de Júpiter a bode expiatório

A designação do novo primeiro-ministro, Barnier, não encerrou a crise política. Se o centro de gravidade passar do Eliseu para o Parlamento, a política francesa entra em terra incógnita.

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Por baixo da aparatosa conflitualidade da política francesa há uma realidade oculta e de carácter estrutural. “A França funciona como se a democracia não tivesse sido instaurada”, observou, na véspera das eleições, o escritor suíço François Chérix. “Privilegia as posturas conflituais, designando a revolta como única solução. Estabelece um duelo permanente entre o poder, seja qual for a sua forma, e os cidadãos, por mais extensos que sejam os seus direitos.”

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