Inflação desacelera e fecha Agosto nos 1,9%
O Índice de Preços no Consumidor abrandou este mês, de acordo com os dados preliminares divulgados pelo INE. Valor ficou abaixo dos 2% com descida dos combustíveis e da fruta fresca.
A inflação abrandou para um nível abaixo da meta de 2%, uma evolução influenciada pela menor pressão dos preços dos combustíveis e da fruta fresca. De acordo com os dados preliminares do Instituto Nacional de Estatística (INE), o Índice de Preços no Consumidor fixou-se nos 1,9% em Agosto, uma descida de 0,6 pontos percentuais face ao valor deste indicador em Julho.
Na origem deste abrandamento está tanto a componente energética, como a alimentar, tendo em conta sobretudo o efeito-base relacionado com os aumentos verificados há um ano nestas duas categorias.
Segundo destaca o INE, esta sexta-feira, “a variação do índice relativo aos produtos energéticos diminuiu para -1,4% (4,2% no mês anterior), essencialmente devido à conjugação da redução mensal nos preços dos combustíveis e lubrificantes (-2,5%) com o efeito de base associado ao aumento registado em Agosto de 2023 (9,3%)”. Por outro lado, “a variação do índice referente aos produtos alimentares não transformados diminuiu para 0,8% (2,8% em Julho), destacando-se o contributo da fruta fresca para esta desaceleração, parcialmente atribuível ao efeito de base associado ao aumento de 3,9% registado em Agosto de 2023 nesta categoria.
Já o indicador de inflação subjacente – que exclui os produtos alimentares não transformados e energéticos – terá registado uma variação de 2,4% (taxa igual à do mês precedente). Este é o barómetro que o Banco Central Europeu mais valoriza no momento de tomar as suas decisões sobre os juros, na perspectiva de manter a evolução dos preços na zona euro em linha com a meta definida nos 2%.
Face ao mês anterior, o IPC manteve a sua trajectória descendente, ainda que num ritmo mais baixo, tendo diminuído 0,3%, contra os -0,6% em Julho. Já o Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) português – que permite fazer comparações directas com o resto dos países europeus – “terá registado uma variação homóloga de 1,8% (2,7% no mês precedente)”, segundo refere o INE nos dados preliminares divulgados esta sexta-feira. Os dados definitivos serão publicados no próximo dia 11 de Setembro.
Inflação na zona euro baixa para 2,2%
Na perspectiva do BCE, a evolução dos preços em Agosto ganha maior relevância porque é o último indicador antes da próxima reunião do organismo liderado por Christine Lagarde, já em Setembro, que irá avaliar a possibilidade de descer as taxas de juro de referência para a zona euro. E os dados divulgados esta sexta-feira mostram que a inflação no conjunto dos países do euro baixou para 2,2%, mais perto do objectivo de 2% e abaixo dos 2,6% registados em Julho.
Segundo o Eurostat, os serviços continuam a pressionar este indicador, tendo os seus preços aumentado 4,2% em Agosto, contra os 4% do mês anterior. A categoria de Alimentos, Bebidas e Tabaco subiu 2,4% (contra 2,3% em Julho), ao passo que os bens industriais excluindo energia subiram apenas 0,4%, contra os 0,7% de Julho. Já a energia baixou 3%, depois de ter subido 1,2% em Julho.
Por país, as taxas de inflação homóloga harmonizada das grandes economias da zona euro, como França ou Alemanha, estão a aproximar-se da referência do BCE. A taxa alemã ficou, nos dados preliminares de Agosto, nos 2%, ao passo que a francesa abrandou para 2,2%. Em Espanha, a estimativa da inflação fixou-se nos 2,4%, ao passo que os valores mais elevados observam-se na Bélgica (4,5%) e na Grécia, Países Baixos, Estónia, Croácia e Eslováquia (todos na casa dos 3%).
As taxas mais baixas registam-se na Irlanda, Eslovénia e Finlândia (1,1%), em Itália (1,3%), no Luxemburgo (1,7%) e em Portugal (1,8%).