EUA enviam submarino nuclear para ajudar Israel. Alemanha, França e Reino Unido defendem cessar-fogo
Lloyd Austin assume a intenção de Washington defender Israel. Scholz, Macron e Starmer emitem comunicado conjunto a elogiar mediadores e a mostrar empenho na redução da tensão no Médio Oriente.
O secretário da Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, ordenou o envio de um submarino nuclear com mísseis teleguiados para o Médio Oriente, informou o Pentágono no domingo, numa altura em que a região se prepara para possíveis ataques do Irão e dos seus aliados, após a morte de líderes do Hamas e do Hezbollah.
Embora o submarino de propulsão nuclear USS Georgia já tivesse estado no mar Mediterrâneo em Julho, de acordo com uma informação dos militares dos EUA nas redes sociais, trata-se de uma movimentação rara, esta da Defesa norte-americana, de anunciar publicamente o envio de um submarino.
Numa declaração após Austin ter falado com o seu homólogo israelita, Yoav Galant, o Pentágono disse que Austin tinha ordenado ao grupo de ataque Abraham Lincoln que acelerasse o seu destacamento para a região.
"O secretário Austin reiterou o compromisso dos Estados Unidos de tomar todas as medidas possíveis para defender Israel e salientou o reforço da posição e da capacidade das forças militares dos EUA em todo o Médio Oriente, à luz da escalada das tensões regionais", acrescentou o comunicado.
As Forças Armadas americanas já tinham afirmado que iriam enviar mais caças e navios de guerra da Marinha para o Médio Oriente, numa altura em que Washington procura reforçar as defesas israelitas.
Ismail Haniyeh, o líder político do Hamas, apoiado pelo regime iraniano, foi assassinado em Teerão, capital do Irão, a 31 de Julho, um ataque que suscitou ameaças de vingança por parte do Irão contra Israel, que combate o grupo palestiniano em Gaza. O Irão culpou Israel pela morte. Israel não reivindicou a autoria.
A morte de Fuad Shukr, comandante militar do Hezbollah, grupo libanês apoiado pelo Irão, às mãos de Israel, num ataque em Beirute, aumentou a preocupação de que o conflito em Gaza se transforme numa guerra mais vasta no Médio Oriente.
O Irão afirmou que os EUA são responsáveis pelo assassínio de Haniyeh devido ao seu apoio a Israel.
Na sexta-feira, vários membros dos EUA e da coligação ficaram feridos num ataque de drones na Síria, no segundo grande ataque nos últimos dias contra as forças americanas.
O Exército israelita anunciou na madrugada desta segunda-feira que as suas defesas antiaéreas detectaram cerca de 30 lançamentos a partir do Líbano, presumivelmente drones lançados pela milícia xiita libanesa Hezbollah.
"Em ligação com os alertas que foram activados no Norte do país na última hora, foram detectados cerca de 30 lançamentos que atravessaram o território libanês em direcção à região de Kabari, tendo sido detectados vários impactos em descampados. Não há vítimas", declararam as Forças de Defesa de Israel, antes de informar que estão a visar "a fonte" dos ataques.
Líderes europeus
O chanceler alemão, Olaf Scholz, o Presidente francês, Emmanuel Macron, e o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, aplaudiram o "trabalho incansável" dos mediadores nas negociações para um cessar-fogo na Faixa de Gaza e afirmaram que "subscrevem" a declaração conjunta da semana passada, apelando ao reinício do diálogo na quinta-feira.
"Concordamos que não pode haver mais atrasos. Temos estado a trabalhar com todas as partes para evitar uma escalada e não nos pouparemos a esforços para reduzir as tensões e encontrar uma via para a estabilidade. Os combates devem terminar agora e todos os reféns ainda detidos pelo Hamas devem ser libertados. A população de Gaza precisa de receber e ajuda urgentemente e sem obstáculos", lê-se num comunicado conjunto.
Os três líderes europeus afirmaram estar "profundamente preocupados com o aumento das tensões na região", razão pela qual estão a "unir o seu empenho na redução da escalada e na estabilidade regional".
"Neste contexto, apelamos ao Irão e aos seus aliados para que se abstenham de ataques que possam aumentar ainda mais as tensões regionais e comprometer a oportunidade de chegar a um acordo sobre um cessar-fogo e a libertação dos reféns”, diz o comunicado. "Terão de assumir a responsabilidade por acções que ponham em risco esta oportunidade de paz e estabilidade. Nenhum país ou nação beneficiará de uma nova escalada no Médio Oriente", concluíram Scholz, Macron e Starmer.