Doutor Rhodes e o multiverso da estagnação
Esse extraordinário documento, como muitos outros elementos da vida de Rhodes, parece fictício a quem o encontra pela primeira vez, uma invenção fabricada para alimentar teorias conspirativas.
Em 1877, acabadinho de completar 24 anos, Cecil Rhodes redigiu o seu segundo testamento. Noutro mundo ou noutra altura, teria sido apenas mais um excêntrico semiobscuro: um pároco ou advogado de província na Inglaterra vitoriana. Neste e nesta, já era milionário e pensava apenas em milhões: de libras, de pessoas, de hectares, de anos. Ao mesmo tempo que os americanos iam “para oeste” para se comportar como pioneiros, os ingleses de classe média iam “para sul” para se comportar como monarcas. Asmático, tuberculoso, e com as vias respiratórias permanentemente entupidas de gosma, o jovem Rhodes foi visitar um dos 12 irmãos às colónias do Cabo por causa do clima, e por lá ficou, a baptizar países com o seu nome, a brincar às guerras e aos diamantes, e a pensar no que aconteceria aos seus milhões quando morresse.
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