Das águas de Agosto para o prato: eventos gastronómicos a saborear este mês
Dos convívios comunitários aos grandes festivais, vamos da Póvoa de Varzim ao marisco de Olhão, com paragem em Ílhavo para bacalhau, em Resende para peixe do rio e em Setúbal para ostras.
Sabores do mar pelas gentes da terra
Na Póvoa de Varzim está “a gastronomia em festa e a puxar pelos paladares”, cortesia de associações locais que fazem das iguarias da terra e do mar motivo para festejos comunitários.
Desde 18 de Julho e até 1 de Setembro que está em marcha a Póvoa ao Ar Livre, uma iniciativa camarária que faz do estio um convite para arraiais proporcionados pelo “esforço e dedicação de várias entidades poveiras”.
Os sabores atlânticos têm um lugar especial nestes convívios. Em Agosto, por exemplo, o clube de futebol Leões da Lapa promove uma Festa do Mar (de 8 a 11), seguida de uma Festa da Sardinha organizada pelo Centro de Desporto e Cultura Juvenorte (de 14 a 18). Mais informações aqui.
“O mais saboroso e estaladiço” peixe do rio
São João de Fontoura, conhecida como a “freguesia da cereja” no concelho de Resende, transforma-se em ponto de encontro para apreciadores de outra delícia local: a 10 de Agosto vem à rede a oitava edição do Festival do Peixe do Rio.
“O mais saboroso e estaladiço na região é o que é confeccionado pelas senhoras de São João”, garante a Junta de Freguesia. A concentração está marcada para as 13h, no Largo de Nossa Senhora da Guia. O preço do menu é de 7,50 euros, com direito a bebida e pão, para comer no local ou para levar.
Algarve de Olhão no marisco
Quando o assunto é mariscar, é para Olhão que convergem os comensais – aos milhares, diga-se: no ano passado, o Festival do Marisco foi visitado por mais de mais de 30 mil pessoas, “reforçando o estatuto de maior certame gastronómico do sul do país”, sublinha a nota da Câmara Municipal.
Santolas, sapateiras, lavagantes, camarões, lagostas, amêijoas, conquilhas e ostras, em cataplanas, arrozes, açordas ou paellas, “confeccionados no local e vendidos a preços económicos” – palavra da autarquia –, fazem as delícias de quem se dirige à cidade “cubista”, onde a 36.ª edição do festival se realiza entre os dias 10 e 14 de Agosto.
Acontece no Jardim do Pescador Olhanense, em plena zona ribeirinha e com vista para a fonte das iguarias principais, a Ria Formosa. Nem tudo vem do mar: a doçaria regional junta-se ao leque de sabores. E a animação solta-se em terra também com artesanato e com um concerto por dia, à responsabilidade de Calema, Ana Moura, Plutónio, Diogo Piçarra e Maninho. O bilhete diário vai de 5 euros para crianças (dos sete aos 12 anos) até 10 euros para adultos; o semanal, de 22,50 a 45 euros, respectivamente.
Em Ílhavo, “tau, tau, tau/ vira o bacalhau”
Também a Gafanha da Nazaré se enche de estrelas em palco (já lá vamos). Mas a maior de todas está no prato. Por obra da Confraria Gastronómica do Bacalhau (sediada em Ílhavo, capital do dito), em parceria com a autarquia, o fiel amigo volta a dar o mote a todo um festival no Jardim Oudinot, entre 14 e 18 de Agosto.
As muitas formas de o confeccionar revelam-se em dez tasquinhas, dois bares de petiscos e 14 demonstrações culinárias. Exposições temáticas e visitas ao navio-museu Santo André, guiadas por antigos tripulantes “que recordam aventuras em alto-mar”, contribuem para enaltecer a importância histórica do bacalhau para a região (e o país): “sustento, trabalho, tradições, cultura gastronómica e património imaterial”, elenca a organização, enquanto convida para momentos de “convívio, festa e partilha”.
Os vinhos da Região Demarcada da Bairrada e o pão do vale de Ílhavo também marcam presença na degustação. Artesanato, jogos, animação de rua, actividades desportivas, oficinas e um Forte das Brincadeiras para os miúdos são outros atractivos do programa do Festival do Bacalhau. Isso e as competições emblemáticas que são a Corrida Mais Louca da Ria e a Volta ao Cais em Pasteleira.
E se antigamente, nas secas tradicionais, se cantava “tau, tau, tau/ vira, vira, vira/ tau, tau, tau/ vira o bacalhau” para espantar o cansaço, agora canta-se com artistas como Vítor Kley, Tony Carreira, GNR, Aurea ou Buba Espinho para atiçar a festa. A entrada é gratuita.
As pérolas que o estuário oferece
Senhora de sardinhas, chocos, salmonetes e outras riquezas do mar, Setúbal também é rica em ostra. É ela que está na montra da Festa do Marisco: Especial Ostra de Setúbal, entre os dias 23 e 25 de Agosto, no Largo José Afonso.
O bivalve apresenta-se na sua forma mais natural, com umas gotas de limão e sabor a mar, mas não se esgota nela, surgindo noutras envolvências culinárias propostas pelas mãos sabedoras de produtores locais. Estes prestam-se também, segundo o município sadino, a dar a conhecer “as características proporcionadas pelas condicionantes do estuário do Sado que tornam a ostra de Setúbal um produto apetecível a nível internacional”. A entrada é livre.