Sporting nunca falhou contra FC Porto na Supertaça
“Leões” venceram as quatro partidas disputadas contra os portistas na competição, mas “dragões” dominam completamente a prova.
Desde a estreia da Supertaça, em 1979, a prova de abertura da temporada tem sido uma inesgotável fonte de troféus para o FC Porto. Em 45 edições, conquistaram mais de metade dos títulos, num total de 32 presenças. Neste feudo portista, a grande malapata da equipa tem sido o Sporting, com quem perdeu todos os quatro encontros disputados. Este sábado, as duas equipas voltam a encontrar-se, no Estádio de Aveiro (20h15).
Com 23 triunfos, a Supertaça Cândido de Oliveira está sobejamente representada no museu do FC Porto. A primeira edição, há 45 anos, foi precisamente disputada no antigo Estádio das Antas, numa partida única, frente ao Boavista, que haveria de levar a taça para o Bessa, após vencer por 2-1. Júlio Carlos foi o autor dos golos “axadrezados”, os primeiros na prova.
Os “dragões” teriam de esperar até 1981 para começarem a tomar conta das estatísticas, batendo o Benfica por um agregado de 4-3. Entre 1980 e 2000, a Supertaça disputava-se a duas mãos, com direito a uma finalíssima em caso de empate. A partir de 2001, passou a ser decidida numa partida única em campo neutro.
O FC Porto voltaria a encontrar os “encarnados” em quatro anos consecutivos, entre 1983 e 1986, somando três triunfos e uma derrota (1985). No ano anterior (1984), as duas equipas tinham proporcionado uma das mais empolgantes decisões da Supertaça até então. Depois de uma vitória para cada lado, por 1-0, foi necessária recorrer à primeira finalíssima, então também disputada a duas mãos.
O equilíbrio da primeira eliminatória deu lugar a um triunfo robusto dos portistas. Após vencerem nas Antas, por 3-0 (um golo de Vermelhinho e Fernando Gomes a bisar), foram ao antigo Estádio da Luz impor um 1-0, da autoria de um então jovem Paulo Futre, conquistando o seu terceiro título.
Final em Paris
O primeiro confronto entre FC Porto e Sporting surgiu apenas em 1995, havendo necessidade de recorrer também a uma finalíssima, uma partida única, marcada para… Paris. Com Octávio Machado aos comandos dos “leões”, após dois empates (0-0 e 2-2), os lisboetas foram letais em França, vencendo por 3-0, com dois golos de Sá Pinto e outro de Carlos Xavier.
No ano seguinte, o Benfica seria a vítima da fulminante resposta portista. Com Sérgio Conceição na equipa, os “dragões”, treinados por António Oliveira, venceram pacatamente em casa, por 1-0, antes de golearem na Luz, por 5-0. Foi mais um desfecho infeliz para os “encarnados”, que são os recordistas de Supertaças perdidas, um total de 13, contra nove arrebatadas.
Também com nove troféus conquistados, o Sporting perdeu apenas duas edições em que participou, ambas contra o Benfica (que venceria também por outras duas ocasiões). Em 1980, no segundo ano da competição, perdeu por 3-4 (2-2 e 2-1), mas em 2019 foi goleado por 0-5, no resultado mais desnivelado da prova em um único jogo.
Pentacampeão Porto
Recordista absoluto de troféus, com 71,1% de presenças neste palco, o FC Porto teve o seu melhor ciclo na prova entre 2009 e 2013, quando conquistou cinco títulos consecutivos. Os adversários foram Paços de Ferreira (2-0); Benfica (2-0); Vitória de Guimarães (2-1); Académica (1-0) e novamente os vimaranenses (3-0).
Um período esmagador dos portistas, que arrancou após duas derrotas também consecutivas com o Sporting, em 2007 (0-1) e 2008 (0-2). Na prova, estes foram os últimos clássicos entre estes dois grandes do futebol português, que se tinham igualmente encontrado em 2000, no último ano da decisão a dois jogos.
Uma partida que, à semelhança da primeira, também teve necessidade de finalíssima. Após, dois empates (1-1 e 0-0), o tira-teimas foi no Municipal de Coimbra, valendo um golo do argentino Beto Acosta para a taça seguir para Alvalade.
Supertaça como tónico
Disputada ainda em clima de pré-temporada, a Supertaça não permite aferir o verdadeiro valor das equipas em confronto, mas vai deixando indicações. Em 13 edições, o vencedor deste título madrugador haveria de conquistar o campeonato nacional no final da época. Aconteceu com o FC Porto em 10 ocasiões e em três com o Benfica.
Já o Sporting, nos nove anos em que levou o troféu, nunca conseguiu reforçar o êxito com um título no campeonato. Algo que o treinador Rúben Amorim gostaria de inverter, até porque já conta com uma Supertaça no currículo, em 2021, quando venceu o Sp. Braga, por 2-1. Se voltar a vencer, ficará empatado com os oito técnicos que conquistaram dois troféus Cândido de Oliveira.
Na frente deste ranking, com três títulos, estão Artur Jorge e Sérgio Conceição, que o fizeram ao serviço do FC Porto.