7 dias, 7 fugas: dos jardins urbanos aos brindes raianos, é provar e relaxar
Muita areia para uma semana cheia de música ao pôr-do-sol, uma real boda de outros tempos, um jardim de cerveja, pratos bio e novas Cartografias.
Domingos de quebrar o gelo
O Somersby Out Jazz anda novamente a ocupar um relvado de Oeiras por mês, com uma tríade de “música, natureza e descontracção” que promete “refrescar as tardes de domingo” e, para quem suspira por férias, “ser um quebra-gelo do mood antecipado das segundas-feiras”, lê-se na nota de intenções.
Depois de ter passado pelo Parque dos Poetas, pela Quinta Real de Caxias e por Miraflores, esta 18.ª edição elege para Agosto um novo poiso: o Parque Urbano do Jamor.
Venham daí essas tardes passadas na companhia da família (patudos incluídos, desde que com trela), de amigos e da música servida por Tinim e Yvu (dia 4), Marwan e Colorao Som Sistema (11), Luís Vicente Trio e Ketzal (18) e Duarte Ventura Quinteto e Hélder Russo (25).
Próxima paragem: jardins do Palácio Marquês de Pombal, em Setembro. Sempre das 17h ao ocaso e com entrada livre.
Convite para um casamento real
O município alto-alentejano de Marvão dá as mãos ao de Valência de Alcântara (Espanha) ao endereçar um convite para presenciar a aliança entre D. Manuel I, O Venturoso, e a infanta Isabel de Castela e Aragão. Estamos em 1497 – ou assim parece. Ali está a decorrer, de 1 a 4 de Agosto, o 19.º Festival Transfronteiriço Boda Régia, com direito a mercado, artes, danças, jogos e desfiles da época.
Mas o momento mais aguardado é mesmo De Amor, Justiça e Conveniência, a peça teatral que reconstitui o casório. Escrita e encenada por Javier Uriarte, pode ser vista sábado e domingo, às 22h, do outro lado da fronteira, na Igreja de Rocamador.
A música que alaga o sol-pôr
No Parque da Devesa (Vila Nova de Famalicão), o pôr-do-sol junto ao lago torna-se ainda mais especial em Agosto, com a aparição do Devesa Sunset e seus concertos relaxantes, para escutar à sexta-feira, pelas 19h, gratuitamente.
O tom inaugural vai de De Sombra a Sombra, em harmonia com o título do auspicioso álbum de estreia da primeira convidada, Milhanas. Daqui a uma semana, ouve-se indie-folk trazida pelos londrinos Flyte; nas seguintes, o caldeirão de Gente preparado pela cabo-verdiana Nancy Vieira (dia 16) e o optimismo do açoriano Cristovám, autor da canção-fenómeno da pandemia Andrà tutto bene (dia 23).
Castelos (e muito mais) de areia
Aqui, uma rainha. Ali, um faraó. Acolá estão Obélix, Ronaldo e o Papa a andar de lambreta. Também se avista o faroeste. E uma Torre Eiffel. Tudo feito com milhões de grãos de areia.
Erigida a partir das mesmas areias que outrora sustentaram o Fiesa - Festival Internacional de Escultura em Areia, a Sand City marca o horizonte de Lagoa com os créditos de “maior parque de esculturas de areia do mundo”. São 120, espraiadas por cinco hectares e concebidas por 60 artistas. Miúdos e graúdos também podem dar à pá e esculpir o que lhes vai na imaginação, numa dome para esse efeito.
Embarcar nesta Viagem ao Mundo em Areia – tema da exposição – custa 11,90€, ficando a 5,90€ para crianças dos seis aos 12 anos e gratuito até aos cinco. Seniores pagam 9,50€. Está aberta todos os dias, das 10h às 23h.
Tão artesanal como um jardim de cerveja
“Algo de bom está a fermentar!” A dica vem do Parque João José da Luz (Jardim Grande), que está em preparativos para a segunda edição do festival Beer Garden Castelo de Vide, marcada para 8 a 10 de Agosto.
Dois Corvos, Sovina, Mania, Vadia, Musa, Epicura, Fermentage, Rima, Censurada, Invisible Brewery e a anfitriã Barona fornecem os sabores ao grande brinde à cultura cervejeira. Este ano, entram também em cena uma banca de sidras e um espaço de cocktails com cerveja, com curadoria, respectivamente, do portuense Celta Endovélico e do lisboeta Balzac.
O festival passa ainda por provas comentadas, street food (com a gastronomia regional em destaque), artesanato local, arruadas, animação de rua, concertos, DJ sets, treinos desportivos e sessões de ioga. A entrada é livre; a degustação requer o copo oficial do evento, no valor de 3€.
De palato bio-arrebitado
Está posta a mesa para “a maior concentração de sempre de chefs de todo o país”: mais de 50, entre emergentes e experientes (alguns com estrelas Michelin), cozinham “pratos únicos, sob o signo da biodiversidade e da sustentabilidade”, lê-se na carta do Arrebita Idanha Bio.
Começaram a chegar à vila raiana de Idanha-a-Nova a 26 de Julho e só partem a 4 de Agosto. O elenco dos próximos dias inclui nomes como Ljubomir Stanisic, André Cruz, Marlene Vieira, Pedro Pena Bastos ou Duda Ferreira.
Prometem enaltecer a gastronomia da região, sem impedir a entrada de aromas de outras paragens. O que importa é garantir a certificação biológica – que torna o evento único a nível nacional – e não restringir a criatividade. Os pratos, em formato de street food, custam 7€, e estão à prova no recinto da 24.ª Feira Raiana.
Novas Cartografias à rua
Há um novo festival de artes performativas na agenda. É Vila Verde que o vê nascer, entre 7 e 10 de Agosto. Baptizado de Cartografias, é obra da companhia Momento - Artistas Independentes, tem direcção artística de Diogo Freitas e sai à rua com quatro espectáculos de teatro e circo contemporâneo. Há um por dia (às 21h) e são todos gratuitos.
Logo para começar, uma estreia: Comum, criação comunitária com elenco local, para ver na Praia Fluvial do Faial. Depois, vem o novo Enredo do acrobata David David, uma instalação aérea sobre “estados de restrição física”, a desenrolar-se na Praça de Lomar. A seguir, entra em cena a E-nxada da Erva Daninha, “uma alusão poética ao trabalho da terra”, na Praça de Santo António. Por fim, o Pico de Regalados é palco da Província da companhia anfitriã, “uma homenagem ao Minho e às suas mulheres”.