Luís de Camões: um génio arruivado e quezilento que escrevia como ninguém
Nos (prováveis) 500 anos do seu nascimento, pouco se sabe da vida do poeta nacional. Mas é certo que escreveu Os Lusíadas e alguns dos mais assombrosos poemas da lírica portuguesa. Deveria bastar.
Não sabemos onde nasceu Luís Vaz de Camões nem em que ano veio ao mundo. É bastante plausível que tivesse origens aristocráticas, mas não chegou a nós título ou foro de nobreza que o ateste. Há-de ter bebido algures a espantosa cultura clássica que a sua obra testemunha, mas não se lhe conhecem quaisquer estudos formais. A reputação de arruaceiro e mulherengo persegue-o há séculos, mas a verdade é que nem um só dos seus alegados envolvimentos amorosos — sejam eles com sofisticadas damas da corte, com sabidas prostitutas de Lisboa (às quais alude nas cartas), ou mesmo com algum terno efebo, como o seu eventual pupilo D. António de Noronha — está devidamente documentado, a menos que aceitemos (e não poucos o têm feito) que algum soneto ou cantiga possa ser apresentado como prova irrefutável.
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