Ex-Presidente colombiano acusado de manipulação de testemunhas

Álvaro Uribe, que governou entre 2002 e 2010, é acusado de ter tentado manipular testemunhas para que prestassem declarações falsas que o beneficiariam.

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Álvaro Uribe foi Presidente da Colômbia entre 2002 e 2010 JOHN VIZCAINO / REUTERS
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O ex-Presidente colombiano, Álvaro Uribe, foi acusado formalmente dos crimes de suborno de testemunhas em actuação criminal e fraude processual no âmbito de uma investigação que arrancou em 2018 e pela qual o ex-governante já tinha assumido que iria ser julgado.

O procurador Gilberto Iván Villareal apresentou a acusação na sexta-feira, depois de um tribunal de Bogotá ter rejeitado o recurso de nulidade pedido pela defesa de Uribe, considerando-o “impertinente e improcedente”, segundo o jornal El Espectador.

A magistrada à frente do tribunal defendeu que “não procedem os recursos contra esta decisão”, com o objectivo de evitar atrasos no processo.

A Procuradoria-Geral da Colômbia anunciou no início de Abril que iria chamar a julgamento Álvaro Uribe, que governou a Colômbia entre 2002 e 2010, pelos crimes descritos, indicando que não iria pedir um mandado de detenção contra o antigo governante e que, por isso, poderia defender-se em liberdade no julgamento.

Uribe já tinha dito em Outubro de 2023 que as autoridades do país se tinham negado a arquivar o processo aberto contra si por alegada manipulação de testemunhas e admitiu que seria levado a julgamento.

O caso remonta a 2012 quando o ex-Presidente denunciou o senador Iván Cepeda, garantindo que o político tinha percorrido as prisões do país para apresentar falsos testemunhos contra si sobre o aparecimento do paramilitarismo na região de Antioquia. Estes grupos, com apoio tácito de governos conservadores, foram responsáveis por massacres e violações de direitos humanos durante vários anos em nome da luta contra as guerrilhas colombianas, particularmente as FARC.

No entanto, após a apresentação de provas, várias versões mostraram que os advogados de Uribe procuraram manipular testemunhas para que responsabilizassem Cepeda, fazendo com que este tenha passado de acusado a vítima, ao contrário do ex-Presidente, que, de queixoso, se tornou investigado.

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