Gesto
Talvez a boa alternativa não seja insistir na estreiteza de uma esfera pública de elites do discurso, mas cultivar a participação cívica dos gestos.
Às vezes assistimos ao trabalho das mãos como a uma semente que germina em rebento, um ser a ganhar forma. É o gesto do pescador na sua faina, da tecelã no tear, do oleiro na roda, do carpinteiro no torno, da costureira na sua máquina de costurar. Do manuseio das belas ferramentas resultarem gestos firmes que contemplamos não é, porém, tudo. Cada manualidade adquirida como uma segunda natureza diz de si, mesmo sem dizer uma palavra. E é assim com outras manualidades, não laborais, as diferentes espécies de cuidados, cada rotina um gesto atento, uma maneira diferente de significar e ser linguagem.
O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.