No Porto, uma garrafeira para quem procura preciosidades
Não fica entre o Carmo e a Trindade, como reza o aforismo, mas anda lá perto. A Garrafeira do Carmo, nesta zona histórica do Porto, é o paraíso de vinhos e bebidas espirituosas.
A Rua do Carmo e seus arredores, no Porto, está cheia de monumentos e sítios interessantes para ver e visitar. A dois passos, a Igreja do Carmo (1756) separada da dos Carmelitas (1628) pela chamada Casa Escondida, que não deve ter mais de metro e meio de largura e apenas serviu para contornar a ordem papal que impedia a construção de duas igrejas pegadas.
Na própria rua, o quartel da GNR ocupa o edifício que foi o convento de Nossa Senhora do Carmo, da Ordem dos Carmelitas Descalços. E, a poucos metros da Rua do Carmo, outros três sítios de notável interesse: a Livraria Lello, indiscutivelmente uma das mais bonitas do mundo, a incontornável Torre dos Clérigos e o Jardim João Chagas, mais conhecido como Jardim da Cordoaria.
Regressemos à Rua do Carmo, para visitar o nosso principal ponto de interesse da zona, a Garrafeira do Carmo.
A visita começa cá fora com um olhar para a fachada com evidentes traços de Arte Nova (o edifício foi construído nos primeiros anos do século passado), e para a empena voltada para a Travessa do Carmo, que no ano passado deu que falar pelo mural dedicado aos tanoeiros que se estende a toda a altura do edifício, com a assinatura do Projeto Ruído.
Durante mais de setenta anos, esta casa funcionou como talho, até que, em 1990, Agostinho Pereira, já com larga experiência no negócio, abriu a garrafeira, tendo como braço direito Jorge Quintas, ambos pessoas esclarecidas e de fino trato, a quem vale a pena pedir conselhos na hora da decisão de compra.
No total a loja conta com mais de 4500 referências entre vinho do Porto, vinhos tranquilos e bebidas espirituosas. É Jorge Quintas que faz as vezes de anfitrião, enquanto o patrão atende clientes estrangeiros, e explica que Portos foi o que mais venderam durante anos, mas actualmente as coisas estão mais equilibradas entre estes e os tranquilos.
Nesse capítulo, o que mais sai são Douro e Alentejo, mas assiste-se a um crescimento, por parte de pessoas mais dentro do mundo do vinho, de outras regiões como Dão, Trás-os-Montes e Vinhos Verdes, esta última a crescer, sem dúvida, nomeadamente nos segmentos superiores, sendo a escolha facilitada pela existência de perto de 40 referências, com forte prevalência dos alvarinhos.
Garrafeira do Carmo
Rua do Carmo, 17-18 (Cordoaria) Porto
Tel.: 222003285
Das 09h às 13h e das 14h às 19h
Encerra sábado à tarde e ao domingo
Este artigo foi publicado na edição n.º 12 da revista Singular.
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