Aldeias do Lince: quando a conservação da natureza (também) se faz com arte e turismo
Com o regresso do lince ao Algarve, nas aldeias de Giões, Pereiro e Furnazinhas, a arte e o turismo são aliados na sensibilização da população — e um estímulo face ao desalento da desertificação.
António Margarida vai apontando ao casario como quem mapeia o passado: na aldeia “já houve oito tabernas”, duas mesmo aqui em frente, neste seguimento de fachadas azuis e sombra de videira. “Tivemos de tudo: barbeiro, alfaiate, quatro sapateiros... Ferreiros e ferradores, dois e dois, eram quatro”, conta pelos dedos as memórias o antigo presidente da Junta, quando o Pereiro ainda era freguesia por direito e não união com Alcoutim, sede do município algarvio. Vivia-se daquilo que os campos davam e daquilo que era preciso para colher dos campos o trigo, o linho, o azeite. A escola primária, encerrada nos anos 1980, chegou a ter mais de 120 alunos. Hoje, na aldeia não viverão mais de 60 pessoas.
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