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Atenas acordou laranja: nuvens de poeira invadiram a Grécia
Esta terça-feira, 23 de Abril, o vento levou nuvens de poeira do deserto do Sara até à capital grega. São perigosas para a saúde, provocaram incêndios e são "um dos piores episódios" desde 2018.
Esta terça-feira, 23 de Abril, Atenas viu-se envolta numa nuvem cor-de-laranja. Ventos fortes vindos do deserto do Sara trouxeram consigo poeiras que, segundo o The Washington Post, devem começar a desaparecer esta quarta-feira, à medida que os ventos as afastam. Ainda assim, um dia foi o suficiente para fazer eclodir 25 incêndios florestais, ateados pelo vento, numa época invulgar para fogos, comunicaram os bombeiros ao jornal norte-americano.
Na ilha de Paros, que recebe grande afluência turística, três pessoas foram presas, suspeitas de iniciar os fogos por acidente, na segunda-feira. Apesar disso, não existiram feridos e os incêndios foram contidos. Também em Creta houve um incêndio e, nessa ilha, no Sul, os termómetros registavam mais 20 graus Celsius do que no Norte do país.
Segundo o The Guardian, as autoridades gregas alertaram para o facto de que as poeiras, além de reduzirem a visibilidade, carregam uma elevada concentração de poluição, que pode ser prejudicial para pessoas com problemas respiratórios. Kostas Lagouvardos, director de investigação meteorológica do Observatório de Atenas, contou também ao The Guardian que este “é um dos episódios mais graves de concentração de poeira e areia do Sara desde 21 e 22 de Março de 2018, quando as nuvens [de poeira] invadiram a ilha de Creta”.
Em finais de Março e inícios de Abril, a Grécia tinha já sido invadida por poeiras, que afectaram igualmente a Suíça e o Sul de França, ao mesmo tempo que se fizeram sentir em Portugal. Segundo o jornal britânico, o Sara liberta, por ano, entre 60 a 200 milhões de toneladas de poeira mineral. As partículas maiores e mais pesadas regressam rapidamente à terra, mas as mais finas podem percorrer extensões de milhares de quilómetros, que podem viajar desde o norte de África até toda a Europa.
Texto editado por Ana Maria Henriques