Na escuridão, os Autechre pintam paisagens electrónicas
Os primeiros concertos em Portugal de um dos mais antigos e visionários duos da música electrónica britânica estavam esgotados há meses. As expectativas eram elevadas, mas conseguiram superá-las.
Psicológica e epistemicamente, a visão sobrepõe-se aos restantes sentidos. É por isso que, quando se discorre sobre concertos, a maioria opta por conjugar o verbo “ver” e não “ouvir”. No Google, uma pesquisa por “ver um concerto” devolve 38.600 resultados; no entanto, se a primeira palavra for substituída por “ouvir”, este número desce para 16.900. Quando se muda a pessoa e o tempo verbal, a disparidade chega a ser ainda maior. Mas nos concertos dos históricos Autechre, que se estrearam ao vivo em Lisboa na sexta-feira, na Culturgest, e fazem questão de tocar em salas às escuras há muitos anos, não há nada para ver.
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