Movimento cívico promove livro “semente” contra os “adversários da família”

Passos Coelho apresenta esta segunda-feira, ao final da tarde, o livro que conta com 22 textos de personalidades da sociedade sobre a família.

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Bagão Felix é um dos coordenadores do Movimento Acção Ética Daniel Rocha
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De José Ribeiro e Castro a Manuela Ramalho Eanes, 22 personalidades aceitaram escrever textos sobre a família como pilar central da sociedade. As reflexões estão reunidas no livro Identidade e Família, promovido pelo movimento cívico Acção Ética, e são uma forma de lutar contra os “adversários” da instituição familiar. António Bagão Felix, um dos coordenadores do movimento, assume que o Chega é o partido que tem “monopolizado” o tema mas de forma “enviesada”.

Com apresentação marcada para esta segunda-feira à tarde pelo antigo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, o livro pretende “ser uma semente que ajude a reflectir e também a germinar perguntas”, de acordo com Bagão Felix, antigo ministro do Trabalho e Solidariedade Social no Governo liderado por Durão Barroso e que depois ficou com a pasta das Finanças no executivo de Santana Lopes.

Entre os contributos estão textos de Manuel Monteiro (outro antigo líder do CDS, além de Ribeiro e Castro), de Isabel Galriça Neto, de João César das Neves, de Guilherme d’Oliveira Martins, de Manuel Clemente, de Paulo Otero e de Pedro Afonso, outros dos dois coordenadores do Movimento Acção Ética.

Assumindo que há “opiniões mais conservadoras e outras menos”, o antigo ministro considera que a família tem “adversários” nas “políticas públicas”, na “sociedade de consumo” – ao perspectivar o núcleo familiar como um alvo de mercado e “no contexto mediático” em que são sobretudo apontados os “fracassos”.

Em declarações ao PÚBLICO, o antigo ministro admite que o PSD e o CDS são “demasiado tímidos em relação a algumas das questões”. Já o Chega agarrou a "ideologia de género" como uma das causas do combate político, mas nem sempre na perspectiva correcta, segundo Bagão Felix.

“É uma pena que esse partido seja o único [a falar da família] e alguns aspectos mal, a meu ver”, lamenta, reconhecendo que o Chega tenha “ganho alguma coisa por alguns dos partidos da direita tradicional não terem chamado a si” questões relacionadas com a família.

Nesse sentido, Bagão Félix considera que “não se pode deixar alguém monopolizar estas questões, quando, ainda por cima, o faz de forma enviesada”.

O antigo ministro, que é próximo do CDS, diz não gostar do conceito de “família tradicional” e preferir o de “família natural”, que é composta por “homem, mulher e filhos”, adoptados ou biológicos. “Mas não quer dizer que não respeite as outras”, assegura. Já a “supremacia da ideologia de género deve ser contrariada”, pois “não tem base científica” e “é uma construção sociológica”.

Referindo que o livro está a ser preparado há um ano, antes de serem marcadas eleições legislativas, Bagão Félix diz que Passos Coelho aceitou o convite para o apresentar sem qualquer hesitação.

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