As três crias de lince-ibérico foram deixadas pela mãe num dos montes de palha de um armazém agrícola em Toledo, Espanha, e encontradas no sábado, 23 de Março. O dono da quinta encontrou os recém-nascidos a dormir.
Segundo o El País, o agricultor não costuma ir ao armazém de palha com regularidade e, quando lá chegou, pensou que as crias eram gatos pequenos. No entanto, explicou ao mesmo jornal o responsável pelo serviço ambiental da Guardia Civil, como pareciam diferentes, decidiu ligar para o 112.
O homem, cujo nome não foi revelado, foi aconselhado a não tocar nem se aproximar dos animais, uma vez que o cheiro dos humanos poderia levar a progenitora a rejeitar os recém-nascidos. A Guardia Civil seguiu os mesmos cuidados, quando chegou à quinta no município de Menasalbas.
As autoridades instalaram câmaras para perceber com que frequência é que fêmea regressava ao armazém para alimentar as crias. Na segunda-feira, 25 de Março, a progenitora levou os animais para outro local, mas como as espécies selvagens não têm microchip, as autoridades perderam-lhes o rasto. De acordo com as mesmas, o mais provável é que as tenha deixado para ir caçar.
O lince-ibérico era uma espécie em vias de extinção até 2015, ano em que passou a receber a designação de animal ameaçado. De acordo com a revista National Geographic, é a segunda espécie de felino mais ameaçada do mundo, atrás do leopardo-de-amur.
O El País acrescenta que não é a primeira vez que os linces-ibéricos escolhem palheiros de quintas em Espanha para deixarem as crias. Na província de Cuidad Real, a sul de Madrid, a lince Odrina escolheu um armazém abandonado para cuidar da ninhada e, no ano passado, outro destes animais decidiu usar uma caixa que encontrou numa quinta em Badajoz para dar à luz.
Tanto Espanha como Portugal, com o Programa Lince da Liga para a Protecção da Natureza (LPN), têm feito esforços para a conservação desta espécie.
Segundo dados mais recentes do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), existem em Portugal 261 linces-ibéricos, 175 dos quais adultos. Em Espanha vivem 1407.