Brisas de mudança
Este ano, todos os caminhos levam a Vila Pouca de Aguiar, que acolhe a Semana Europeia de Cicloturismo e largas centenas de praticantes europeus, de 29 de junho a 6 de julho.
Descobrir novos destinos a pedalar é uma forma encantadora, saudável e sustentável de viajar, cada vez com mais adeptos de todas as idades, em busca de momentos de lazer ao ar livre. Há algo de incrivelmente revitalizante em explorar o mundo sobre duas rodas, sentindo a brisa gentil e a ligação ao meio envolvente, como só a bicicleta proporciona. Porque as bicicletas são desporto, mas muito mais: são para qualquer pessoa que deseja sentir o mundo ao seu ritmo, oferecendo oportunidades únicas para descobrir regiões menos exploradas, deslumbrantes de sensações, tranquilidade e liberdade.
O ciclismo de lazer não só estimula as economias locais, como promove a interação social e a preservação do património natural. E, graças a avanços tecnológicos, das aplicações para smartphone às bicicletas elétricas, todos podem juntar-se à aventura. Planear uma viagem com bicicleta, sozinho ou acompanhado, tornou-se tão simples como sonhar com ela.
A própria Comissão Europeia adotou a ambiciosa Declaração Europeia sobre Ciclismo, reconhecendo a bicicleta como modo de transporte sustentável, de fácil acesso, inclusivo e saudável, contribuindo para a UE alcançar os objetivos do Pacto Ecológico Europeu, da Estratégia de Mobilidade Sustentável e Inteligente e do Plano de Ação para Poluição Zero.
Sob a influência da presidência belga do Conselho da União Europeia, o ano de 2024 começou com um ímpeto renovado na simbiose entre ciclismo e desenvolvimento sustentável. Este compromisso sublinha a importância vital de uma transição dual – tanto ecológica quanto digital – para fortalecer a resiliência e a competitividade do turismo, um sector estratégico para a economia europeia e portuguesa. Louve-se a visão da Bélgica, vinda de quem já (a)prova este remédio há largos anos e que lidera na Europa, juntamente com os Países Baixos (cujo sucesso alguns já consideram ser “excessivo”), a Alemanha ou a França (que investe cada vez mais nesta área), o ranking de destinos de cicloturismo, beneficiando de uma infraestrutura bem desenvolvida e de paisagens diversificadas.
Portugal também já oferece opções de destinos-experiências muito aliciantes para ciclistas nacionais e estrangeiros. A nossa rede Cyclin’ Portugal é um exemplo de crescimento robusto, em extensão e utilização, incentivando também operadores turísticos a desenvolverem ofertas alinhadas com o incremento da procura. E o calendário nacional de Provas Abertas de ciclismo constitui um fator de estímulo à participação para milhares de ciclistas amadores. Há que fazer mais, e melhor: intensificando os investimentos, capacitando quem trabalha no terreno, e potenciando sinergias com os eventos de ciclismo.
Ao longo dos últimos 12 anos, os resultados do trabalho da Federação Portuguesa de Ciclismo nesta área simbolizam o compromisso da modalidade com o turismo sustentável, a coesão territorial e a promoção de uma economia dinâmica e resiliente, elevando Portugal como destino de eleição para os amantes do ciclismo. E, como habitualmente, a Primavera traz consigo o Anuário Cyclin’ Portugal 2024, um autêntico “menu” de percursos cicláveis (e muito mais), para todos os gostos, abrindo a época para degustações velocipédicas memoráveis.
A todos os que tem acreditado neste caminho, com paixão e profissionalismo, é devido um reconhecimento sincero. E que melhor forma de o fazer, senão experimentando o vento nos cabelos, pelos próprios pedais? Este ano, todos os caminhos levam a Vila Pouca de Aguiar, que acolhe a Semana Europeia de Cicloturismo e largas centenas de praticantes europeus, pedalando pelas esplendorosas paisagens do Tâmega e Barroso, de 29 de junho a 6 de julho.
Estamos todos convidados!
Recordando as palavras inspiradoras de Eddy Merckx, o herói do ciclismo da Flandres: "Não importa se é uma volta longa ou curta, se é intensa ou relaxada. O que importa é que você pedale!".
O autor escreve segundo o novo acordo ortográfico