PCP apresentará moção de rejeição ao programa do governo AD

“Todos os instrumentos ao nosso dispor serão utilizados” para combater governo de direita, garantiu Paulo Raimundo. Já quanto às reuniões com o BE, afirmou que o PCP não se irá “diluir” nesse diálogo.

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PCP irá utilizar “todos os meios” para combater a direita, garantiu Paulo Raimundo LUSA/RODRIGO ANTUNES
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O PCP vai avançar com uma moção de rejeição ao programa do Governo que deverá ser liderado pelo PSD. Na conferência de imprensa para dar conta das conclusões do Comité Central de terça-feira, Paulo Raimundo acenou com o recurso a “todos os meios ao seu dispor” para combater o governo de direita.

Quando questionado o partido avançaria com uma moção de rejeição, o líder do PCP foi directo: "Com toda a clareza digo que sim... O facto de avançarmos para esta iniciativa é um sinal político que queremos dar, que é para ficar logo claro ao que é que se vai. Todos os instrumentos ao nosso dispor serão utilizados e a moção de rejeição é um instrumento a nosso dispor". Já as restantes forças políticas, "farão as opções que entenderem sobre essa matéria", declarou.

Considerando que, com os resultados do passado domingo, “a correlação de forças na Assembleia da República se alterou profundamente”, levando a uma “expressão muito grande dos partidos da direita”, Paulo Raimundo reafirmou que o PCP irá “combater a política de direita”.

Após as eleições do passado domingo, o comité central do PCP reuniu-se e decidiu qual será o próximo passo no combate à direita: “Levar por diante uma jornada de contacto com os trabalhadores e população”, avançou o secretário-geral do partido. E acrescentou que, neste combate, um dos instrumentos ao dispor - e que utilizará - é apresentar uma moção de rejeição do programa do Governo. Paulo Raimundo apelou ainda a uma “massiva participação” nas comemorações do 25 de Abril.

Foi na sede do PCP, na capital, que Paulo Raimundo apresentou as conclusões da reunião do comité central, que se reuniu na terça-feira. O PCP “decidiu levar por diante uma jornada de contacto com o trabalhadores e a população entre os dias 21 e 24 de Março”, começou por dizer. E logo, questionado pelos jornalistas, explicou: “Vamos voltar onde estivemos: ao contacto, às empresas, à Matutano à meia-noite”, exemplificou, aludindo a uma das acções de campanha levadas a cabo. O objectivo é cumprir os compromissos assumidos nesses quinze dias, frisou.

Para o secretário-geral do PCP, “o projecto e objectivos da direita é prejudicial para o povo”, pelo que era necessário “que não fosse implementado”. Nesse sentido, os comunistas apelam a “uma massiva participação” nas comemorações do Dia da Liberdade, mas também no 1.º de Maio, dia do trabalhador. O PCP alertou também para a necessidade de exigir “mudança” nas eleições para o Parlamento Europeu. É “uma oportunidade de, com o voto na CDU, afirmar o caminho necessário para o país e para a Europa”, elaborou.

PCP admite convergência mas rejeita "diluir-se"

Na passada terça-feira, a líder do Bloco de Esquerda avançou que tinha convidado o PS, Livre, PAN e CDU para reuniões, repto já aceite por todos. Depois de ter estado em silêncio, esta quarta-feira Raimundo deixou claro: “Naturalmente participaremos.”

Paulo Raimundo assume total disponibilidade do partido "para toda a convergência no concreto", porém alerta que “o PCP não irá diluir-se em nenhum projecto que implique diluições”. “Penso que não é justo pedirem ao PCP – ou a nenhum outro partido – que se dilua neste projecto”, continuou.

O secretário-geral do PCP não quis adiantar que tipo de convergência ou entendimento à esquerda poderá estar em cima da mesa. São “aspectos que trataremos na reunião”, disse. E logo acrescentou que urgente é ter a “convergência toda na resolução dos problemas das vidas das pessoas. Precisamos de convergência para os salários, pensões e saúde”.

E, ainda sobre o tema, deixou claro que o PCP segue o seu percurso com ou sem apoio: “Nunca me passou pela cabeça que a nossa iniciativa fosse elemento de reuniões desta matéria. O que fazemos não é para arrastar outros, mas para deixar claro que connosco a direita não avança”.

Já sobre a reunião que o PCP terá com o Presidente da República na próxima quinta-feira, Paulo Raimundo adiantou que dirá a Marcelo Rebelo de Sousa que “pode contar com a coerência de sempre” por parte do PCP e com “a firmeza” de que estarão “na primeira linha de combate à direita”.

Actualizado às 13h18 com confirmação de que PCP avançará com moção de rejeição e corrigida porque Paulo Raimundo não rejeita um projecto de convergência à esquerda, recusa sim um projecto que implique a "diluição" do projecto do partido em tal convergência

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