Munida de “pesos pesados”, CDU desceu o Chiado e intensificou apelo ao voto
CDU desceu o Chiado esta quinta-feira, em contra-corrente face aos restantes partidos, que o farão sexta-feira. Jerónimo de Sousa, João Ferreira, João Oliveira e Duarte Alves marcaram presença.
A chuva ameaçava, mas ninguém desertou. Frente ao café A Brasileira, na capital, reuniam-se os “pesos pesados” do PCP. Aguardavam a chegada do secretário-geral e com eles estavam mais cerca de mil apoiantes da CDU. Quando Paulo Raimundo chegou deu-se início à tradicional descida do Chiado, que terminou com um forte apelo ao voto, até mesmo daqueles que “não concordam com tudo”, pediu o líder dos comunistas.
Paulo Raimundo chegou vestido com uma gabardina. Mas só avançou quando lhe passaram um cravo para a mão. Desta vez – e porque o líder do PCP gosta de “rebentar com o protocolo” – não houve uma faixa a assinalar a primeira linha da arruada.
Na frente de "batalha", com Raimundo, seguia António Filipe, Cláudia Martins, Mariana Silva e Duarte Alves, os quatro nomes que se seguem ao do secretário-geral pelo círculo eleitoral de Lisboa. Mas também os antigos secretários-gerais Jerónimo de Sousa e Carlos Carvalhas.
E ainda dois nomes que chegaram a ser apontados como possíveis sucessores de Jerónimo: João Ferreira (número dez por Lisboa, antigo eurodeputado e ex-candidato presidencial) e João Oliveira (candidato da CDU ao Parlamento Europeu nas eleições de Junho). Este último apareceu pela primeira vez junto de Raimundo desde o início da campanha eleitoral. Os pesos pesados seguiam o passo do líder comunista.
Esta quinta-feira, Paulo Raimundo intensificou o apelo ao voto na coligação que lidera. Dirigindo-se àqueles que já votaram pelo menos uma vez na CDU e àqueles que ponderam fazê-lo pela primeira vez, Raimundo pediu que “reflictam sem preconceitos e condicionalismos”. “É preciso que reconheçam que não há avanço”, “política de esquerda” e respostas aos problemas “sem mais CDU”, começou por dizer.
E depois foi mais directo: “Alguns podem não concordar com tudo. Mas também sabemos que o que nos une, os objectivos e a luta pela construção dos valores de Abril, é muito mais forte do que este ou aquele assunto que nos separa.”
Paulo Raimundo discursava perante uma multidão, estando na linha da frente o seu antecessor, que escutava atentamente as suas palavras. Dizia o líder da CDU que muitos lhes desejam “boa sorte”. E a esses deixa uma mensagem: mais do que esses desejos, a coligação precisa de “boa sorte e ânimo no voto”.
Minutos antes de Raimundo tomar a palavra foi a vez do seu número dois por Lisboa. António Filipe decidiu “apostar” naqueles que em 2022 votaram no PS por “medo da direita”, acabando por contribuir para uma maioria absoluta: “Um erro que foi cometido uma vez, não deve ser cometido segunda vez.”