A ficção como realidade ampliada no cinema de António-Pedro Vasconcelos
É o momento de falar do homem através da sua obra. E principalmente da dúzia de filmes que estreou em sala, sendo no entanto difícil não dar igual importância a registos de natureza televisiva.
Quando morre um verdadeiro cineasta, que nem todos o são, o crítico de cinema olha inevitavelmente para essa cortina ténue entre a vida, registada, fixa, que o cinema constitui, e a morte, que paradoxalmente revive em todas as sessões, de todos os filmes, de todo o cinema por vir, e que verdadeiramente é a magia de uma arte inigualável que se costuma chamar a sétima, mas é ainda um ponto de encontro comunitário, político também, todas as noites, em todos os lugares, numa sala escura onde se projecta a luz, de muitos sonhos, de muitas causas, polémico muitas vezes, generoso sempre, como António-Pedro Vasconcelos o viveu, e de certa maneira ainda o poderá celebrar, como uma festa de anos, 85, que faria no próximo domingo, por sinal um dia de escolhas como as que ele sempre valorizou numa actividade criadora que era verdadeiramente também um acto de cidadania.
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