Sem-abrigo: “Não esperava que aos 60 anos ainda tivesse a oportunidade de ser tão feliz”
Ana e André receberam uma casa, depois de anos na rua, reféns da droga. “Mal vi a casa, só me apetecia chorar”, diz André. Hoje é jardineiro. Em 90% dos casos, as pessoas já não voltam à rua.
André pede desculpa pela casa ligeiramente desarrumada. Mas o estendal com roupa a secar tem de estar na sala porque a chuva poucas tréguas tem dado. Ele senta-se no sofá, olha para o telemóvel. Está ansioso por novidades do irmão, que há-de chegar do Algarve dali a umas horas. Finalmente, tem uma casa onde pode receber família, amigos, quem ele quiser. Nem sempre foi assim. André Martins é algarvio, um “môce marafado”, como ele próprio se descreve. Está em Lisboa há alguns anos, talvez dez. “Vim para deixar a droga”.
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