Os automóveis que se fazem à estrada em 2024
Os ligeiros de passageiros eléctricos vão abarcar praticamente todos os segmentos, desde os pequenos citadinos até aos desportivos luxuosos. E, claro, não haverá falta de propostas com corpo de SUV.
É ponto assente que as mecânicas a combustão têm os dias contados na Europa. A data da sua extinção (pelo menos para novos) é 2035. Mas, com a entrada em vigor do Euro 7, prevista para 2025, mas que poderá ser adiada e que vai limitar as emissões de partículas não provenientes dos gases de escape, nomeadamente dos pneus e travões, e tendo em conta os investimentos em desenvolvimento, as marcas começam a adiantar-se, com uma forte aposta na mobilidade eléctrica, ainda que a gasolina e o gasóleo sejam mantidos em vários portefólios.
Em 2024, os ligeiros de passageiros alimentados a bateria vão abarcar praticamente todos os segmentos, desde os pequenos citadinos até aos desportivos luxuosos. E, claro, não haverá falta de propostas com o corpo de SUV, que, apesar das críticas, parece não querer passar de moda. Passamos em revista alguns dos automóveis a serem lançados no próximo ano. Mas, é de apertar os cintos, porque haverá muitos mais.
Alfa Romeo Milano
A electricidade fez uma estreia em grande na Alfa Romeo, alimentando algumas das unidades do exclusivíssimo 33 Stradale. Agora, chegou a altura para democratizar este tipo de energia, com o Milano, um SUV (sport utility vechicle) que deverá começar a ser apresentado na Primavera, tendo como objectivo roubar atenções ao Volvo EX30 e ao Mini Countryman, segundo o CEO do emblema italiano, Jean-Philippe Imparato. Assente na mesma plataforma e-CMP, que já deu provas de qualidade no Jeep Avenger (Carro do Ano Internacional em 2023) e ou no Peugeot e-2008), o Milano começará por ser proposto com tracção às quatro rodas, com dois motores, e alimentado por uma bateria de 54 kWh. Na dinâmica, espera-se algum do espírito atrevido tão apreciado por alfistas. C.B.R.
Alpine A290
Se os fãs da Alfa Romeo apreciam a velocidade, os adeptos da Alpine não lhes ficam atrás. E a marca, que acumula uma história de quase sete décadas — foi criada em 1955 — muito associada às corridas, tem na manga um hot hatch que promete sensações puras, mesmo sendo 100% eléctrico. A partilhar plataforma e componentes com o renascido R5, o A290 exibe uma distância entre eixos curta e uma via mais larga para uma condução desportiva e uma maior estabilidade a alta velocidade. E, com 215cv entregues às rodas dianteiras, promete acelerações fulgurantes (menos de seis segundos). Ainda não há data de lançamento, mas o melhor é estar atento às 24 Horas de Le Mans, onde a Alpine marcará presença com o hipercarro A424_β. C.B.R.
Audi A6 e-tron e Q6 e-tron
A gama eléctrica da Audi vai crescer em 2024, com a chegada do Q6 e-tron, SUV, e logo a seguir do A6 e-tron, que se desdobrará como uma berlina (Sportback) e como uma carrinha (Avant). Em qualquer um dos casos, está a novíssima Plataforma Eléctrica Premium (PPE), que dá vida ao Porsche Macan EV, ao qual também vai buscar uma série de outros componentes e funcionalidades. Do que se sabe, para já, as unidades poderão ser equipadas com baterias de até 100 kWh e integrarem dois motores para se apresentarem com tracção integral. C.B.R.
BMW X2
No ano em que se prevê a chegada de uma nova geração do M5 Touring, agora com sistema híbrido plug-in (14 anos depois da sua última geração), há razões de sobra para festejar na BMW. Além deste, que recupera as memórias do extinto V10 de 5,0 litros de aspiração natural, o portefólio da marca acaba de acrescentar, já com 2024 como ano do modelo, a segunda geração do X2, que foi revisto para apresentar uma identidade mais única, agora de SUV coupé, graças a uma linha de tejadilho descendente. O modelo é proposto a gasolina e a gasóleo (versões térmicas são apresentadas desde 46.500€), tendo ainda uma variante eléctrica, a iX2, de tracção integral e a debitar 313cv (desde 57.400€). C.B.R.
Citroën ë-C3
Totalmente eléctrico e com vontade de chegar às massas. Assim é o novíssimo Citroën ë-C3, cuja versão de entrada no lançamento será proposta a partir de 23.300 euros (com a promessa de versão abaixo dos 20 mil prevista para o ano seguinte). Numa estreia em carros do grupo Stellantis, o novo ë-C3 usa uma bateria de fosfato de ferro e lítio (LFP), de 44 kWh, e oferece uma autonomia máxima de 320 quilómetros, segundo o ciclo WLTP. Construído na Europa, o carro assenta na plataforma Smart Car da Stellantis para veículos puramente eléctricos (BEV), e permitirá, no futuro, a adaptação para versões a combustão. A versão topo de gama do novo ë-C3 traz, entre outros equipamentos, um ecrã táctil de 10,5 polegadas ligado ao sistema de informação e entretenimento, aumentando para 27.800 euros o preço para o consumidor final. No entanto, a marca acredita que, tal como apresentou com o Oli, todo o infotainment e comunicação podem ser levados para o veículo através de um smartphone. Uma vez ligado, as informações tornam-se visíveis através de um sistema smartband, que as projecta a toda a largura inferior do pára-brisas. M.D.
Cupra Tavascan
O Tavascan é um SUV de linhas exteriores elegantes e desportivas e tem um interior, chamemos-lhe assim, diferente, graças ao desenho em T da coluna central do cockpit. Não é para todos, nem é para todos que a marca espanhola pretende que seja. Desenhado e concebido em Barcelona, procura assumidamente um mercado jovem e “gamificado”. Tudo ali faz lembrar um jogo de computador. O elegante Tavascan tem por base a plataforma MEB — base modular partilhada pelas várias marcas do grupo VW — e vai estar disponível em duas versões: a normal, com 210 kW (286cv) e a VZ, com 250 kW (340cv). O modelo mais potente terá dois motores e tracção integral, com a marca a anunciar a aceleração 0 a 100km/h em 5,6 segundos. A autonomia esperada é de 550 quilómetros para o modelo base com tracção traseira e 520 quilómetros para o VZ. A bateria de 77 kWh poderá ser carregada dos 10 aos 80% em 30 minutos num ponto de carregamento de 135 kW e, diz a marca, irão bastar apenas 7 minutos de carga para garantir 100 quilómetros de autonomia. P.E.
Dacia Duster
Sem Diesel e com duas variantes híbridas (full, com o Hybrid 140, e mild, com o TCe 130), a nova geração do Duster chega com traços que lhe conferem um aspecto ainda mais robusto e assertivo. As formas e os volumes são simples, com uma dianteira vertical, protecções estriadas das cavas das rodas, porta da bagageira de grandes dimensões e janelas laterais que se estendem ao longo de todo o perfil. Isso não significa que tenha desprezado as características que o levam para fora da estrada, como as protecções laterais na zona inferior da carroçaria que o envolvem. Esta terceira geração assenta na plataforma modular CMF-B, que garante mais espaço para passageiros e bagagem, não obstante não se registar um aumento significativo nas suas dimensões. No interior, a filosofia de dar foco ao essencial volta a dar cartas, com um ecrã central de 10,1 polegadas posicionado no campo de visão do condutor. C.B.R.
Hyundai Ioniq 5 N
Depois de ter desbravado novas sensações com as versões N do i20 e do i30, a Hyundai pretende transportar emoções desportivas para a sua gama eléctrica, começando pelo Ioniq 5. Esta variante apimentada chegará com capacidade para debitar até 650cv (com o N Grin Boost) e simular a condução com motores térmicos, graças à tecnologia N e-shift que simula a transmissão de dupla embraiagem (DCT) de oito velocidades. C.B.R.
Kia EV3
Foi graças à electricidade que a Kia conquistou o seu primeiro troféu de Carro Internacional do Ano (com o executivo EV6, em 2022). Neste último ano, lançou o EV9, de sete lugares e detalhes de premium a rodos, e não lhe têm faltado críticas positivas. Agora, prepara-se para atacar o segmento dos compactos, com o EV3, que, com a mesma bateria do EV6, de 77,4 kWh, poderá garantir uma autonomia de até quase 500 quilómetros. Assente na plataforma E-GMP, com arquitetura electrónica de 800 volts, o EV3 terá capacidade de recarregamento ultra-rápido, indo de 10 a 80% em menos de 20 minutos. C.B.R.
Lancia Ypsilon
É o regresso da Lancia aos mercados europeus, com um plano estratégico que prevê o lançamento de três novos modelos nos próximos dez anos. A arrancar, já em Fevereiro, será revelado o novo Ypsilon, do segmento B, dos utilitários compactos, com mecânicas híbrida e eléctrica. Na Stellantis, a Lancia será integrada no segmento premium, ao lado da Alfa Romeo e da DS, acreditando que tem algo de diferenciador destas duas marcas para oferecer: a elegância italiana e a agilidade. C.B.R.
Mercedes-AMG GT
O novo Mercedes-AMG GT Coupé, revelado, em Agosto, na Semana Automóvel de Monterey, na Califórnia (EUA) — onde a marca deu ainda a conhecer uma edição especial do roadster SL —, estrear-se-á nos mercados com a apimentada versão 63 4Matic+ de 585cv e com a espevitada 55 4Matic+, com 476cv. Em ambos os casos, acrescenta-se potência à gama do braço desportivo do emblema alemão, ao mesmo tempo que a divisão mostra estar apta a abraçar novas etapas das vidas dos seus clientes, com uma segunda fila com dois bancos (opcional), talhada para transportar miúdos pequenos, sejam filhos ou netos (a marca não engana ninguém e deixa claro que estes assentos foram idealizados para pessoas com uma altura máxima de 1,50m). Ainda da marca de Estugarda, é de estar atento ao EQG, a versão 100% eléctrica do Classe G. C.B.R.
Peugeot 3008
Assente na nova plataforma STLA Medium da Stellantis, que estreia, tudo no Peugeot 3008 mudou. Desde a forma como se apresenta, agora com uma silhueta fastback, que lhe imprime maior elegância ao mesmo tempo que beneficia o coeficiente de arrasto (Cx de 0,28) e, por consequência, a eficiência. A nova arquitectura traz ainda novos eixos dianteiro e traseiro, concebidos para privilegiar o comportamento dinâmico, maximizando a utilização de materiais leves e rígidos e baixando o centro de gravidade do veículo. À venda a partir de Fevereiro, o 3008 começará por ser proposto com o eléctrico de 210cv, 2WD, com 525 km autonomia, e o MHEV de 136cv. No auge da Primavera, chegará o plug-in de 195cv, enquanto que para as outras ofertas sem emissões (230cv de longa autonomia e 320cv Dual Motor, de quatro rodas motrizes) há que aguardar por 2025. C.B.R.
Polestar 3
Foi apresentado como um “um SUV sem o ser”, ao oferecer o que atrai tanta gente a este formato (como a posição de condução elevada), descartando as formas grandalhonas e decidido a combater os “pecados” dos SUV, que, avalia o CEO da marca, Thomas Ingenlath, são “perigosos, agressivos e gastadores”. Já por dentro há um “minimalismo sofisticado”, com a política da transparência a ser a defendida no que à sustentabilidade diz respeito. A gama do Polestar 3, que se junta à berlina 2, será composta por duas versões, ambas de tracção integral, graças à existência de um motor por eixo, e com uma bateria de iões de lítio com capacidade de 111 kWh, diferindo entre si na autonomia, potência e prestações. C.B.R.
Porsche Macan EV
O Macan tem nova geração, prevista para o início do ano, sobre uma plataforma desenvolvida em conjunto com a Audi, a Premium Platform Electric (PPE), que será usada também no Q6 e-tron, e será o segundo eléctrico da Porsche depois do Taycan a destacar-se pela potência a rodos. Inicialmente previsto para o ano corrente, o Macan eléctrico pode integrar até dois motores, a debitarem uma potência máxima de até 611cv e 1000 Nm de binário. A energia é servida por uma bateria de 100 kWh, capaz de aguentar carregamentos até uma potência de 270 kW em corrente contínua (na prática, significa que, para repor cem quilómetros de autonomia, bastarão poucos minutos). Tal como o Taycan, o Macan eléctrico baseia-se numa arquitectura de 800 volts, o que garante menos perdas de energia e componentes mais leves. C.B.R.
Range Rover Electric
Quem brincava a dizer que se não babasse óleo não podia ser um Range Rover, vai perder a piada. Para 2024, o todo-o-terreno de luxo vai incluir uma versão 100% eléctrica que, garante a marca, irá "proporcionar um desempenho comparável ao de um V8 topo de gama". E, com uma arquitectura eléctrica de 800 volts, os carregamentos prometem ser ultra-rápidos. C.B.R.
Renault 5
O Renault 5 está prestes a renascer como um pequeno automóvel 100% eléctrico, que se inspira nos seus antepassados para propor uma abordagem retro e que deverá ser uma das estrelas do Salão Automóvel de Genebra (que está de volta à cidade suíça). Assente na nova plataforma AmpR Small, o R5 será proposto com uma bateria de 52 kWh que pode percorrer até 400 quilómetros, mas é expectável uma versão de entrada de gama com bateria de 40 kWh para controlar os preços: desde 25 mil euros. Apesar da importância global do R5, por cá é de estar atento à nova geração do Scénic e à estreia do SUV coupé Rafale. C.B.R.
Skoda Kodiaq
Sete anos depois de se ter estreado, o Kodiaq entra numa segunda geração, que irá integrar os elementos da nova linguagem de design Modern Solid e apresentar-se-á ainda mais apto para transportar até sete pessoas. A gama de motores inclui propostas a gasolina mild hybrid, uma plug-in (cuja autonomia estimada poderá garantir benefícios fiscais) e também chegará (ainda!) com motores Diesel. C.B.R.