Em prova: Cresce a paixão pelas borbulhas dos Vinhos Verdes
O consumo de espumantes secos – cada vez mais afinados, elegantes e gastronómicos – está na moda e não pára de crescer. Só falta mesmo que em todo o país se possa pedir um espumante de Vinho Verde.
É cada vez maior a produção de espumantes de Vinho Verde, e a questão parece ser mesmo saber-se quanto tempo demorará até que a região tenha um produtor (ou vários) que assuma a magia e sedução das bolhinhas como prioridade. Com condições naturais propícias à produção de vinhos de grau moderado, com boa acidez, frescura natural, e castas com riqueza aromática, a aposta nos espumantes parece apresentar-se como uma inevitabilidade.
É certo que a região tem dado passos de gigante na qualidade e há já espumantes muito bons, como ficou claramente demonstrado na prova que agora fazemos. Vinhos cada vez mais reconhecidos e com crescente procura, mas que são produzidos ainda em escala reduzida. Engarrafamentos que só em casos contados ultrapassam as centenas de garrafas e, como tal, sem capacidade para causar barulho e agitar o mercado.
Prova disso é que, sendo ainda recente a produção de espumantes nos Vinhos Verdes, a região é já aquela que a nível nacional regista o maior número de produtores. Mas é pelos grandes volumes de engarrafamento, pela existência de empresas focadas na produção de espumantes, que se diferenciam as regiões da Bairrada e de Távora-Varosa, que em conjunto representam cerca de 70% da produção nacional de espumantes.
Os Vinhos Verdes são já a quarta região na produção de espumantes, depois do Tejo, tendo em 2022 sido certificados cerca de 378 mil litros, um crescimento de 17%, segundo os números divulgados pelo Instituto da Vinha e do Vinho. Significativo é que os espumantes com denominação de origem cresceram 26,9%, para mais de 258 mil litros, enquanto os espumantes com indicação geográfica recuavam ligeiramente (-0,1%).
A par deste reforço da aposta na qualidade, ou, se calhar, por isso mesmo, é também crescente a sedução pelas borbulhas, não só nos Vinhos Verdes, mas no mundo em geral. Por isso estão também cada vez mais gastronómicos, sendo opção crescente como vinho de refeição.
Também porque são mais leves, aromáticos e conviviais, o consumo de espumantes secos não pára de crescer e está cada vez mais na moda. Um estilo que vem ao encontro das características da região. Só falta mesmo que em todo o país se possa começar a pedir um espumante de Vinho Verde.
Este artigo foi publicado na edição n.º 12 da revista Singular.
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