Índia investiga supostas ligações de hospital com escândalo de “dinheiro em troca de rins”
Maior grupo hospitalar na Índia sob suspeita de envolvimento num esquema de venda ilegal de órgãos de jovens da Birmânia aos ricos do país. Alegada rede estará a funcionar a partir de Nova Deli.
O Ministério da Saúde da Índia ordenou uma investigação no Hospital Apollo de Nova Deli, parte da maior rede de hospitais privados do país, os Hospitais Apollo, depois de terem surgido notícias que o vinculavam à venda ilegal de rins por parte de cidadãos da Birmânia para transplantes.
A Organização Nacional de Transplante de Órgãos e Tecidos (NOTTO), sob a tutela do Ministério da Saúde, pediu ao secretário de Saúde de Nova Deli, Deepak Kumar, que “investigasse o assunto, tomasse as medidas apropriadas e elaborasse um relatório sobre as acções empreendidas dentro de uma semana”, de acordo com uma carta vista pela Reuters.
Um comité estava em formação para investigar o assunto, e mais pormenores sobre doadores e pacientes foram solicitados ao hospital, disse Kumar à comunicação social no local. A Reuters não conseguiu entrar em contacto com Kumar e os Hospitais Apollo não responderam a um pedido de comentário.
A Indraprastha Medical Corp, associada da Apollo, que administra os seus dois hospitais na região da capital, Nova Deli, disse ter iniciado um inquérito sobre o assunto e classificou as alegações de “absolutamente falsas, mal informadas e enganosas”.
Uma reportagem do jornal britânico Telegraph acusou a Apollo de estar envolvida num escândalo de “dinheiro em troca de rins”, no qual jovens da Birmânia seriam levados de avião para o hospital de Nova Deli e induzidos a vender os seus rins a pacientes birmaneses ricos. O Governo da Birmânia também não respondeu ao pedido de comentários da Reuters.
A rede Apollo, com sede em Chennai, que administra mais de 70 hospitais em toda a Índia, realizou 1641 transplantes de órgãos em 2022, de acordo com dados da empresa. O hospital também trata pacientes estrangeiros que voam para a Índia.