Marrocos: “O importante é ajudar as pessoas”, o resto “é para esquecer”
A descida das temperaturas em Marrocos é agora mais uma preocupação para quem passou a quarta noite ao relento depois do sismo. As equipas de intervenção já só esperam recuperar corpos dos escombros.
A 20 quilómetros de Talat N’Yaaqoub, o trânsito avança num só sentido, demorado. O jipe de caixa aberta de seis amigos de Tahanout está paralisado na fila há 20 minutos, carregado de água, comida, sapatos. Abderrahim Bouaadi, 23 anos, está demasiado alerta para ficar tão parado. “O que esperamos é que a situação vá ficando cada vez mais grave quanto mais subirmos”, diz, em voz alta, mas como se se estivesse a preparar mentalmente para o que os aguarda nas aldeias mais remotas das montanhas do Atlas, onde a ajuda começa finalmente a chegar. Não precisaram de avançar muito mais. A aldeia a seguir está arrasada. “As pessoas estão a sofrer. Ajudar o outro é um valor da nossa religião — da humanidade, provavelmente. É por isso que vamos.”
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