Love + Pop, de Current Joys: canções para o eremoceno
O algoritmo do TikTok tornou Nick Rattigan quase famoso. Ei-lo a cortar com o passado e a fazer música de agora – da era da Internet e da solidão; do eremoceno.
De acordo com o cirurgião-geral dos Estados Unidos, a solidão é uma das maiores ameaças à saúde pública no país e no Norte global, senão a maior. A ideia não é nova. Antes da covid-19, alguns observadores mais atentos já tinham notado que as redes sociais – que prometiam aproximar-nos – nos estavam a isolar e a exponenciar a alienação. No pico da pandemia e dos confinamentos, as palavras “epidemia de solidão” começaram a ler-se nas páginas de jornais de referência como The Washington Post, The New York Times, The Guardian e tantos outros. Agora que supostamente voltou tudo ao normal, continuamos a sentir-nos sozinhos e, segundo vários estudos, a estar efectivamente mais sós. Alguns pensadores sugerem que estamos a viver no eremoceno, na era da solidão. E cada vez mais músicos reflectem (sobre) isso nos seus trabalhos. Love + Pop é o mais recente caso de estudo.
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