Era uma vez os namoros e os bailes de garagem
Bailes de garagem: os pais faziam aparições relâmpago, uns a pretexto de evitar o desmaio dos refrigerantes, outros sem esconderem a intenção de assegurar que a moral judaico-cristã não corria perigo.
O rapazito, esbaforido, navega Rua da Alegria abaixo, em busca do casamento impossível entre o fim das aulas em dois colégios: o João de Deus e o Nossa Senhora da Esperança. A garota demonstra-lhe o afecto cúmplice — que já decretou amor! — com um lento e suave deslizar pelos corredores que desaguam no Jardim de São Lázaro. E de novo o milagre os visita e recompensa!, ei-lo encostado ao muro, corpo esgotado rejuvenescido por olhos brilhantes hipnotizados pela silhueta dela, que a coberto de colegas, gargalhadas e segredos juvenis, o afaga com sorriso furtivo e grato, “vieste”.
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