Em Lisboa, o Cav 86 é um gastro wine bar que propõe comida de partilha
Depois de abrir restaurantes em Comporta e Évora, o grupo Cavalariça tem um novo conceito em Lisboa.
O número 86 da rua da Boavista, a poucos passos do Cais do Sodré, em Lisboa, não passa despercebido com a sua fachada azul-turquesa. O Cav 86 é o antigo Cavalariça Lisboa que reabriu recentemente com um novo conceito adaptado ao sítio em que está.
“O Cav 86 apresenta-se como um gastro wine bar onde nos propomos a fazer comida de partilha”, começa por explicar Marcelo Oliveira, o chef que assume a cozinha do Cav 86.
Actualmente, o grupo Cavalariça conta com a parceria do grupo Harvest Cotton Tale, de Abdul Baaghil e Bruno Contreras, que se tem desenvolvido nas áreas de hotelaria e restauração. O chef Bruno Caseiro continua como responsável das cozinhas nos restaurantes da Comporta e de Évora.
Depois de o espaço em Lisboa ter encerrado para obras, o desafio lançado ao chef Marcelo Oliveira foi de “abrir uma nova vertente dentro da franquia de fine dining”, mas “mais para o estilo de Lisboa", no Cais do Sodré, numa rua que já tem vários wine bars.
Não é só a cor exterior que distingue o espaço aberto desde 1 de Junho. Na opinião de Marcelo, a energia das pessoas que lá trabalham e o bom ambiente são o convite para visitar o Cav 86. Até porque “comida boa em Lisboa não falta”, brinca.
O responsável da cozinha do Cav 86 começou o seu percurso profissional em São Paulo ao lado do chef Rodrigo Oliveira, com quem trabalhou durante cinco anos. Chegou a Portugal em 2019, onde começou na cozinha do The Royal Rawness, em Marvila. Pelo caminho trabalhou ainda com Henrique Sá Pessoa, e passou pela Taberna Sal Grosso, onde confessa ter aprendido muito sobre a cozinha portuguesa.
Mas na carta, que é constituída por tapas e “comida para partilhar”, os sabores trazem as influências dos três chefs do grupo Cavalariça. “Eu sou brasileiro, o [Bruno] Contreras que é marroquino-francês e o [Bruno] Caseiro que é português. Tentamos juntar estas influências dentro da Cav 86”, esclarece Marcelo Oliveira.
Já nas bebidas, as opções dividem-se entre as cervejas artesanais, os cocktails e os vinhos naturais de produtores mais pequenos.
Comida para partilhar
As paredes do interior em tons mostarda chamam a atenção com alguns quadros com painéis da Burel que traçam as paredes do restaurante. Nas entradas, destaque para o espumante da Quinta das Bageiras (32€) e o pão caseiro com manteiga dos Açores e azeite Egitânia a acompanhar (5,50€), ou ainda as ostras de Setúbal com granita de maçã verde (4€ a unidade).
Já nas propostas para partilhar, o chef Marcelo sugere o coração de burrata com funcho, pistáchios e pickle de morango verde (9€); os croquetes de batata e queijo e trufas de Verão (6€); o pão de queijo e costela de vaca com molho francesinha (6€) e o filete de cavala com tomate fresco e confitado com pão grelhado (10€). Para acompanhar, um vinho da Quinta Cova da Raposa (36€).
Um dos pratos que mais surpreende é a costela mendinha de vaca com molho de chimichurri e farofa de ananás (19,50€), um prato que tem as origens brasileiras do chef Marcelo. Destacam-se ainda a patanisca de cogumelos, aioli e vinagrete de flores (6€); o alho francês grelhado com miso, avelãs e cebolinho (9€) e a garoupa com molho à Bulhão Pato, laranja e funcho (12,50€).
As sobremesas estão a cargo da chef Vanessa Nemen que confessa que as ideias são “aprimoradas” ainda antes de provar. Para finalizar, a sugestão pode passar por um pudim de requeijão com cerejas fumadas e crumble de queijo (6€) ou uma opção vegan como os frutos vermelhos macerados com granita de erva príncipe e manjericão (6€).
Texto editado por Mara Gonçalves
A Fugas jantou a convite do gastro wine bar Cav 86