A passar por um Verão em que quer revolucionar a sua imagem, reforçando-lhe o "inconformismo" e a "vadiagem", enquanto aposta numa cerveja sem álcool ou numa nova Imperial Stout, a artesanal Vadia nasceu de “um sonho de amigos que queriam fazer a cerveja que queriam beber”. É assim que Nicolas Billard, o CEO e fundador da marca explica como tudo começou, em 2006.
O sucesso desta ideia levou a que Billard, Nuno Marques e Victor Silva decidissem “tornar a Vadia num negócio” em 2010, começando a comercializá-la dois anos depois. “O nome vem de uma alcunha que nos foi dada, pois ficámos conhecidos como ‘os vadios’ por chegarmos sempre atrasados aos encontros de amigos por estarmos, claro, a produzir cerveja artesanal”, conta Billard.
Actualmente, a Vadia tem sede em Ossela, Oliveira de Azeméis. Na fase inicial de produção, o objectivo era criar “cervejas de fácil compreensão e associação para o consumidor português”, e que ainda hoje fazem parte do portefólio: a Loira, uma Pilsner que era associada à cerveja industrial que se consumia “tradicionalmente”; a Preta, uma Dark Lager que se associava à cerveja preta; a Trigo que “lembrava” as cervejas de trigo alemãs" e a Rubi, mais torrada e inspirada nas cervejas das abadias.
A distribuição das cervejas artesanais é feita pelo canal Horeca (hotéis, restaurantes, cafetarias), mas também anda a "vadiar" pelo país em eventos como festivais de cerveja artesanal e de gastronomia.
Além das pioneiras, há um leque de cervejas (fixas) que estão disponíveis durante todo o ano, em que as opções incluem estilos como a Doppelbock, a American IPA ou a Baltic Porter. Quem preferir pode ainda escolher entre a sidra de maçã e a de frutos vermelhos.
Também produzem cervejas sazonais, em que a receita é “adaptada a uma época do ano específica”. É o exemplo de uma cerveja de Natal que continha abóbora e especiarias na sua constituição.
No campo das receitas, é o próprio Nicolas Billard o mestre cervejeiro, apoiado pelo cervejeiro Daniel Vidal. A cervejeira conta com a colaboração da Universidade de Aveiro para “o estudo das culturas microbianas das cervejas em barricas”, em que o CEO destaca os processos de produção das cervejas com características ácidas, ou o envelhecimento deste produto nas barricas
Cervejas para todos os gostos
Com os anos, acabaram por apostar “gradualmente” em cervejas mais complexas e para “consumos diferenciados”. Na opinião do CEO, a cerveja artesanal é vista como um produto de qualidade: “Os grandes apreciadores e conhecedores de cerveja [artesanal] procuram referências como a Vadia Nautika [a Baltic Porter], a nossa gama de Fruited Sour ou cervejas premium envelhecidas em barricas de madeira”.
Assim, das receitas criadas nascem cervejas variadas, sejam elas mais lupuladas, ácidas ou aromatizadas, além de criações que são “produção única” e exclusivos da marca. No palmarés de prémios, contam com distinções como as conseguidas em 2021, no Concours International de Lyon, com duas medalhas de ouro e três de prata.
A empresa também já apostou numa das grandes tendências actuais na área, as cervejas sem álcool, com a criação da Vadia 100, desenvolvida em parceria com a Universidade de Aveiro.
Recentemente, a marca teve um rebranding que “surgiu da necessidade de comunicar de forma mais eficiente os valores da marca, a sua identidade e a sua história”, segundo o fundador. Entre as novidades, conta-se também o lançamento de uma Imperial Stout, que chega com a promessa de "aroma intenso de café, torra e cacau, leves notas de baunilha e fumo".
Texto editado por Luís J. Santos