Uma lontra-marinha anda a roubar as pranchas aos surfistas de Santa Cruz, na Califórnia. A lontra 841, que nasceu em cativeiro, começou por perder o medo e aproximar-se dos humanos, até desatar a morder, roubar e subir para as pranchas de surf.

Pode parecer um conjunto de interacções inofensivas, mas as autoridades têm chamado a atenção para o possível perigo da situação, quer para nadadores, quer para a própria lontra. No último fim-de-semana, a lontra "roubou" três pranchas.

Na segunda-feira, dia 11, as autoridades californianas, em conjunto com o aquário local, anunciaram que vão proceder à captura da lontra devido a “comportamentos preocupantes e fora do comum”. Depois de ser capturada, a 841 vai ser avaliada pela equipa veterinária do aquário da baía de Monterrey e realocada. O comportamento descrito como agressivo dos animais que nem se costumam aproximar de humanos pode ser explicado por mudanças hormonais ou por serem alimentadas por pessoas, contudo ainda não há uma resposta certa, escreve o Departamento de Pesca e Vida Selvagem da Califórnia (CDFW, como é conhecido, em inglês).

A lontra de cinco anos nasceu em cativeiro depois de a mãe ter sido também recolhida por causa de comportamento agressivo contra pessoas, que a alimentavam apesar das regras que desincentivam a alimentação de animais selvagens.

Quanto à 841, até agora não foram registados ferimentos causados pelo animal e para que não aconteçam as autoridades locais têm apelado para que as pessoas não se aproximem ou encorajem interacções com o animal.

Num artigo do New York Times, lê-se que as lontras têm normalmente medo dos humanos e não costumam aproximar-se. Caso a 841 ou outra lontra morda uma pessoa, o CDFW é obrigado a eutanasiar o animal. A população de lontras-marinhas da Califórnia ainda está a recuperar da caça intensa que quase levou ao desaparecimento da espécie ameaçada de extinção encontrada apenas ao longo da costa central da Califórnia. A caça destes animais foi proibida apenas em 1911. Actualmente, restam cerca de 3000 espécimes, escreve o jornal norte-americano, muitas delas em zonas usadas para desportos aquáticos.