A rua aparece de surpresa, durante um passeio preguiçoso à hora em que o Sol se põe: do Sofrimento. É estreita e angulosa, com degraus de pedra e atravessada por arcadas graníticas com vista para esta que é a mais alta das Rias Baixas. O enquadramento define a vila galega de Muros, toda uma vida voltada para a ria que a leva no nome: de Muros e Noia (passaremos pela cidade que lhe completa o nome, Noia, mais à frente). Da Rua do Sofrimento passamos para a da Angústia e da Amargura, todas vizinhas a representar o que sentiam os que iam ao mar e os que ficavam em terra, na Solidão – mais um topónimo – da espera. Quem guia este percurso pelo centro medieval da vila piscatória é Montserrat París Lestón, uma das fundadoras da associação de dinamização cultural Muros, vila de Auga e Sal.
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