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No Egipto ser DJ não é coisa de mulher — mas Donia não quer saber
Donia Shohdy é uma das poucas mulheres DJ no Egipto. "O ego de um homem nunca permitiria que confessasse que sou melhor do que ele como DJ, por isso ele diz que sou a melhor mulher DJ."
Donia Shohdy é uma das poucas mulheres DJ no Egipto. Os dias são passados em casa, na companhia da amiga DJ Nour El Kady e do computador, onde testa novos sons e cria a playlist que vai pôr a tocar à noite.
Quando tudo isto fica pronto, a artista transforma-se em A7ba-L-Jelly e ocupa a mesa de mistura de uma discoteca subterrânea na cidade do Cairo, no Egipto. Em pouco tempo, a pista de dança fica cheia. Pessoas de todos os géneros aproximam-se e dançam ao ritmo da música que a DJ de 31 anos escolheu para o resto da noite.
"Nesta indústria, não enfrentei problemas por ser mulher, directamente. Por outro lado, em muitos casos, senti que o sexismo ocorre de uma forma muito indirecta”, comenta, em entrevista à Reuters. “Ouço sempre comentários como 'és a melhor mulher DJ'. O ego de um homem nunca permitiria que confessasse que sou melhor do que ele como DJ, por isso ele diz que sou a melhor mulher DJ. É uma categorização que eu considero sexista”, atira.
Donia fundou a Jelly Zone, uma equipa que organiza festas de música alternativa no Egipto. Estas fotografias da Reuters, do dia 23 de Dezembro, mostram uma dessas actuações.
Neste dia, depois de Donia, o set continuou com a actuação de Nour El Kady. No final da noite, as duas artistas vão para casa para, no dia seguinte, fazerem tudo outra vez. Podes ouvir um exemplo aqui.