Sexo, política e guerra na pop: dos anos da censura pelo silêncio aos anos da censura pelo ruído

A censura nas nossas sociedades aumenta a cada dia que passa sob a batuta autoritária do politicamente correcto.

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(Original Caption) Serge Gainsbourg and Jane Birkin in 'Slogan' by Pierre Grimblat (1968). (Photo by Sunset Boulevard/Corbis via Getty Images) Sunset Boulevard/Corbis via Getty Images

Os limites da liberdade de expressão e um alegado policiamento da linguagem têm estado no centro do debate político e cultural nos últimos anos. Muitos acreditam que vivemos tempos terríveis em que a liberdade de expressão está ameaçada. A censura nas nossas sociedades aumenta a cada dia que passa sob a batuta autoritária do politicamente correcto. Estes temores trazem implícita a ideia de um passado idílico, não muito distante, em que se podia dizer tudo sem que a censura institucional ou pública proibisse o que quer que fosse. Contudo, olhando para a História, em particular a história da relação da música popular com as rádios e a censura nos últimos 100 anos, vemos que os casos de censura não só existiram (e existem) como marcaram (e marcam) fortemente a produção e a divulgação musical —não apenas em ditaduras, mas também em democracias. Como dizia o professor e teórico da comunicação Adriano Duarte Rodrigues em 1985: “Não existe sociedade sem censura. A censura é uma das dimensões intrínsecas de qualquer sistema de poder”.

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