Na Cupra, o design é trabalhado como na moda para tornar “o produto exclusivo”

Cores, materiais, formas. O produto final de design automóvel resulta de um trabalho de investigação que necessita ser “pensado para o futuro”. Esta foi uma das conclusões da Cupra Design Talk.

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O trabalho de design da Cupra centra-se no factor de exclusividade Cortesia Paulo Maria

A imagem de marca de um Cupra é centrada no destaque dado à cor cobre numa união única com cores mate. “É a utilização dos neutros com um twist”, descreve Francesca Sangalli, directora de Cores e Materiais da Cupra, durante uma conversa em que o PÚBLICO esteve presente, no Cupra City Garage Lisboa, na baixa da capital.

De acordo com Francesca Sangalli, em Martorell, onde se encontra a sede da marca de automóveis de cunho desportivo, o trabalho dos profissionais do design começa por um simples processo de brainstorming de forma a colocar “na mesa uma visão do que pode ser um Cupra”. Afinal, quando falamos em automóveis é frequente falar-se sobre elementos como o motor ou o chassis, mas é também o design que faz um carro.

No caso do emblema criado em 2018, o foco, explica a directora de Cores e Materiais, está sempre na busca pelo factor de exclusividade. É a partir desta premissa que a equipa de Francesca, que engloba uma dezena de pessoas, cria os materiais que dão vida ao conceito desejado, procurando tornar o produto final algo único e sofisticado. “A Cupra já utiliza tecnologia presente na moda durante o processo de design dos seus modelos de forma a tornar o produto final exclusivo.” Isto sem que se perca a coesão entre o interior e o exterior do veículo, o que requer uma interacção constante com outros departamentos.

Alguns dos tecidos apresentados na Cupra Design Talk Cortesia Paulo Maria
Materiais de design Cortesia Paulo Maria
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Alguns dos tecidos apresentados na Cupra Design Talk Cortesia Paulo Maria

Um dos grandes elementos exclusivos da Cupra, no âmbito do design, passa pela utilização da cor plasma, que é percepcionada de maneira distinta consoante a posição em que se observa o modelo, podendo variar entre tons cinzentos, verdes e roxos. A criação desta cor é o resultado dos avanços tecnológicos na criação de tintas e da vasta investigação que é feita para a conceptualização do design.

“Entre a primeira ideia e o carro ser colocado na estrada passam cerca de quatro anos e meio”, lembra Francesca Sangalli. É, por isso, fundamental um processo criativo ágil e um forte trabalho de investigação que permita “criar um design pensado para o futuro”, concluiu.

Afirmando-se como uma marca voltada para a evolução, a Cupra garante estar atenta à necessidade de englobar uma vertente de sustentabilidade. “É algo que exploramos tanto no produto, como no conceito”, garante a directora de Cores e Materiais, exemplificando que “não existe desperdício com os tecidos utilizados nos nossos interiores”. Além disso, como acontece com o Born, é cada vez mais comum recorrer a fibras têxteis feitas a partir de plástico reciclado.

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A directora de Comunicação da Cupra em Portugal, Teresa Lameiras, com Francesca Sangalli durante a Cupra Design Talk Cortesia Paulo Maria

É também no sentido de juntar o design à sustentabilidade que, diz Francesca Sangalli,​ se trabalha para descobrir novas formas de reciclar e moldar o plástico, o que também permite à Cupra “garantir autenticidade e sofisticação aos automóveis”.

Depois de duas décadas como o braço desportivo da Seat, a Cupra, que se insere no Grupo Volkswagen, afirmou-se como marca autónoma em 2018. Actualmente, a gama é composta por quatro modelos: dois Seat reinterpretados, que é o caso dos Cupra Ateca e Leon, e dois criados de raiz, o Formentor e o eléctrico Born. Entretanto, na forja há já outro eléctrico: o Tavascan, um SUV coupé 100% eléctrico que tem data de chegada prevista para 2024​.


Texto editado por Carla B. Ribeiro

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