Há precisamente 50 anos, em 1972, Ana Salazar abria uma pequena loja em Lisboa chamada A Maçã, que promovia um novo modo de vestir (mas não apenas) sob a influência do cosmopolitismo britânico, associado a Mary Quant e à revolução cultural da swinging London. Naquele tempo, vivíamos num Portugal tradicionalmente cinzento, embrutecido por mais de 40 anos de ditadura, devastado pela guerra em África, a emigração em massa e o atavismo. Com a exacta consciência do seu contributo na elaboração da cultura contemporânea portuguesa, Ana Salazar insistiu — no curso dos anos e justamente — que A Maçã constituiu “a revolução antes da revolução”. Antes do golpe de Estado e da sublevação política de 1974, uma nova sensibilidade estética já se encontrava em marcha.
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