Chris Hemsworth anuncia pausa na carreira devido a predisposição para Alzheimer

O actor tomou conhecimento da predisposição para a doença neurodegenerativa durante as gravações da sua nova série documental Limitless with Chris Hemsworth.

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O actor de origem australiana fez testes genéticos e foi surpreendido com o resultado DR

Chris Hemswroth, o actor australiano conhecido por interpretar Thor no universo cinematográfico da Marvel e o capitão Mitch Nelson no filme 12 Indomáveis, anunciou que irá fazer uma pausa na sua carreira, após ter descoberto possuir uma tendência para desenvolver doença de Alzheimer.

Foi depois de um conjunto de testes genéticos feitos durante as gravações da nova série documental do canal National Geographic, Limitless with Chris Hemsworth — que pretende levar a estrela de cinema a “defrontar uma missão para viver melhor durante mais tempo”, segundo é anunciado pelo site oficial da Disney+, plataforma responsável pela distribuição da série —, que o actor tomou conhecimento desta predisposição para a doença neurodegenerativa.

Numa entrevista à Vanity Fair, Chris Hemsworth revela ter descoberto o seu “maior medo” com os resultados destes testes genéticos. A doença de Alzheimer é considerada como a forma mais comum de demência.

De acordo com a federação internacional de associações ligadas a esta doença, a Alzheimer's Disease Internacional (ADI), esta patologia, que se caracteriza por “distúrbios que afectam o cérebro e que impactam a memória, o pensamento e o comportamento”, afecta mais de 50 milhões de pessoas, em todo o mundo. Segundo a Organização Mundial de Saúde, por ano, registam-se cerca de dez milhões de novos casos.

Chris Hemsworth descobriu que possui duas cópias do gene apolipotreína E, também conhecido por APOE4, gene considerado por inúmeros estudos científicos como factor de aumento do risco de demência. Cerca de 25% da população mundial possui uma cópia deste gene, enquanto apenas cerca de 2 a 3% carregam duas cópias.

O actor recebeu a notícia, em primeira mão, fora do ecrã, uma vez que o médico responsável pelos exames, Peter Attia, recusou-se a revelar a notícia ao actor durante as gravações da série. Hemsworth confessou ter ficado com inúmeras dúvidas depois da conversa com o médico. “Fiquei a pensar: é suposto preocupar-me? Isto é preocupante?”, disse à Vanity Fair.

Apesar de não ser um diagnóstico definitivo, a informação serviu como um alerta para o actor, que partilhou conhecer já a doença, uma vez que o seu avô padece da mesma.

Chris Hemsworth revelou ainda tratar-se de uma notícia inquietante. “A maioria de nós prefere não falar da morte na esperança de a evitar de alguma forma. Então quando, de repente, alguns grandes indicadores apontam para isso, a realidade da mesma afunda-se”, confessou à Vanity Fair admitindo ainda que a descoberta lhe permitiu procurar sobre o melhor “tipo de ferramentas para” se preparar.

Foi acreditando que era importante falar sobre o assunto que Hemsworth se recusou a retirar do documentário este assunto. “[Pensei que falar sobre isto] fosse motivador para as pessoas cuidarem melhor de si próprias e também compreenderem que há passos que se podem dar”, explicou ainda na entrevista à Vanity Fair.

É possível evitar ter Alzheimer?

Esta é uma doença neurodegenerativa que pode levar à perda de memória, dificuldades em compreender o que os outros dizem e em realizar actividades do quotidiano, tal como pode provocar alterações de humor, não existindo causas conhecidas para a mesma. Algumas das preocupações a ter para diminuir o risco de Alzheimer passam por uma dieta saudável, práticas que exercitem o cérebro e um estilo de vida activo.

O Alzheimer não possui uma cura, mas existem já alguns tratamentos disponíveis para lidar com a doença. A terapia Aducanumab trata-se da primeira terapia aprovada que demonstra ter capacidade para remover os agregados que a proteína beta-amilóide, naturalmente presente no cérebro, tem tendência a gerar e que se tornam no elemento base das placas que se formam à volta dos neurónios na doença de Alzheimer. Este tratamento permite uma “redução do declínio cognitivo e funcional em pessoas que vivem com Alzheimer em estado inicial”, explica a associação de Alzheimer norte-americana.

Este ano foram também revelados os resultados preliminares do tratamento Lecanemab que, de acordo com os ensaios clínicos realizados até ao momento, demonstra tratar-se do primeiro medicamento capaz de retardar a progressão do Alzheimer, reduzindo em 27% o declínio cognitivo de doentes em estado inicial.


Texto editado por Bárbara Wong

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