O CEO da Airbnb tem um quarto para arrendar na sua casa
Brian Chesky, co-fundador da plataforma, que tem recebido muitas queixas de anfitriões e hóspedes, quer mostrar às pessoas “que não é assim tão arriscado” partilhar a sua casa via Airbnb.
A Airbnb promete “estadias e experiências únicas” para os hóspedes. Agora, uma dessas experiências pode incluir ficar alojado em casa do co-fundador e CEO da empresa.
Brian Chesky revelou na quarta-feira que está a listar um quarto privado - na verdade, uma “suíte cuidadosamente concebida com fotografias e artefactos pessoais dos primeiros dias da Airbnb” - na sua casa em São Francisco, EUA para alugar na plataforma.
O preço: zero dólares. A disponibilidade desde a manhã de quinta-feira: também zero.
“Tinha alguns fins-de-semana disponíveis em Janeiro, Fevereiro e Março, mas foram reservados mesmo antes de publicar isto”, escreveu no Twitter. “Vou continuar a abrir mais fins-de-semana ao longo do ano.”
No anúncio, Chesky promete acesso a uma casa de banho completa com um grande chuveiro, uso de uma “espaçosa cozinha de chef”, vistas do bairro Castro e tempo com ele e com a cadela Sophie. O regulamento da casa nota que tem segurança 24 horas, que festas e drogas não são permitidas [uma regra, aliás, dos alojamentos Airbnb] e que os hóspedes terão de apresentar provas de vacinação contra o coronavírus, incluindo pelo menos uma dose de reforço.
Chesky está a abrir a sua casa enquanto a empresa procura atrair mais anfitriões novos para a plataforma. Nas actualizações realizadas esta semana, a Airbnb lançou novas ferramentas para facilitar a colocação de novas casas na plataforma e aumentou a protecção contra danos para os anfitriões de um milhão para três milhões de dólares (cerca de 966 mil euros e 2.897 mil euros, respectivamente).
Respondendo às queixas generalizadas dos utilizadores de que as taxas e tarefas estavam a levá-los a preferir hotéis, a empresa também anunciou no início deste mês que iria alterar a forma como os preços são mostrados e encorajar os anfitriões a não fazerem pedidos “irracionais”.
Durante uma entrevista na quarta-feira ao CBS Mornings, a co-apresentadora Gayle King disse que a experiência de partilha de casa de Chesky parecia arriscada.
“Queria mostrar às pessoas que não é assim tão arriscado”, contrapôs. “Queria mostrar às pessoas que se eu, o fundador da Airbnb, conseguia fazê-lo, elas também.”
Chesky também tem sido hóspede usando a plataforma: Em Janeiro, disse que ficaria alojado em casas particulares em novos lugares durante algumas semanas, regressando à base em São Francisco, como tantos outros trabalhadores remotos.
Também não é a primeira incursão de Chesky no acolhimento de hóspedes. Nos primeiros dias da empresa, ele e um colega de casa encheram colchões de ar para três convidados em 2007. O negócio era conhecido no início como “AirBed & Breakfast” [colchões de ar e pequeno-almoço, em português, num trocadilho com o tradicional Bed & Breakfast].
Em 2015, também revelou que, às vezes, ainda alugava o sofá, de acordo com comunicados de imprensa da altura. Hóspedes anteriores elogiaram o “sofá confortável”, o cesto de boas-vindas e a sessão matinal de ioga. Os comentários recuam a 2008, ano em que a Airbnb foi lançada oficialmente. O primeiro é do co-fundador e antigo colega de casa Joe Gebbia: “Já o vi a receber hóspedes e é algo imperdível.”