Morreu Dietrich Mateschitz, co-fundador da Red Bull e um apaixonado pela Fórmula 1

Notícia surgiu antes da qualificação do Grande Prémio dos Estados Unidos, em Austin.

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Dietrich Mateschitz morreu aos 78 anos

Dietrich Mateschitz, co-fundador da marca de bebidas energéticas e império desportivo Red Bull, morreu este sábado, aos 78 anos, vítima de doença prolongada.

O legado que deixa vai muito além da criação da marca líder no mercado das bebidas energéticas, nos anos 1980, visto que foi também o impulsionador da entrada da marca em vários desportos, com destaque para a Fórmula 1. A sua equipa poderá garantir este domingo, no Circuito das Américas, o título mundial de construtores no Grande Prémio dos Estados Unidos, em Austin.

“Foi com grande tristeza que soubemos da morte de Dietrich”, lamentou o director da equipa Red Bull, Christian Horner, citado pelo Guardian. “Era um homem incrível e adorava a Fórmula 1. Devemos-lhe muito como equipa e o que ele quereria mais do que tudo era ver os seus dois carros correrem hoje para a qualificação. Os meus pensamentos estão com a sua família.”

Foi durante uma viagem à Tailândia, em 1984, que descobriu a bebida que se viria a chamar Red Bull, antes designada por Krating Daeng. O seu lançamento do mercado, três anos depois, juntamente com o seu parceiro Thai Chaleo Yoovidhya, abriu-lhe portas a uma fortuna estimada em 25 mil milhões de dólares, de acordo com a BBC.

Com esse dinheiro decidiu começar a patrocinar desportos radicais, como surf, mergulho, modalidades de Inverno e ciclismo de montanha. Só alguns anos mais tarde entrou na Fórmula 1, tornando-se accionista da equipa Sauber, sediada na Suíça. Uma discussão, em 2001, pôs fim à parceria, levando a Red Bull a comprar, três anos mais tarde, a equipa da Jaguar, então falida. Deu-lhe um novo nome e começou a juntar sucessos, tornando-se, em 2009, a equipa de Fórmula 1 mais rápida. Os primeiros grandes títulos vieram com o piloto alemão Sebastian Vettel, em 2010.

Sobre a bebida que permitiu a construção do império, disse à Bloomberg Businessweek: “Não é só mais uma água com sabor adocicada que é diferenciada pela cor, sabor ou odor. É um produto de eficiência.” “Estou a falar de melhorar a resistência, a concentração, o tempo de reacção, a velocidade, a vigilância e o estado emocional”, acrescentou.

O empresário, porém, raramente se expunha ao público. Numa das suas raras entrevistas, admitiria que não se preocupa com “eventos sociais”. Isto porque “é o uso mais insensato do tempo. Quando saio, de vez em quando, é apenas para me convencer novamente de que não estou a perder muito”, disse, em 2011, à Bloomberg Businessweek.

Além de ter apostado em outros desportos, como o futebol, Dietrich Mateschitz aproveitou ainda a sua fortuna para promover o artesanato e as artes locais na zona onde cresceu, na Styria, Áustria, e onde passou grande parte dos seus últimos anos de vida. Com a idade, embora ainda fosse, formalmente, o director da Red Bull, Mateschitz começou a afastar-se dos negócios e a prezar mais os Alpes recônditos. Também fundou a instituição de caridade Wings For Life, que contribui para a investigação sobre doenças da medula espinhal.

A sua morte não deverá ameaçar o futuro da Red Bull, mas, segundo a BBC, ficam questões por responder quanto aos próximos passos do negócio. Actualmente, o principal accionista da Red Bull é Chalerm Yoovidhya, filho de Thai Chaleo Yoovidhya, o parceiro de Mateschitz.

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