Aos nove anos, a Embaixada acredita que ajudou a mudar o bairro lisboeta do Príncipe Real
“Nós gostamos de nos apelidar de cuidadores deste bairro”, conta a directora comercial da galeria lisboeta que aproveita esta quinta-feira para celebrar com música e entretenimento, dentro e fora de portas.
Há nove anos que vários projectos portugueses de moda, ourivesaria, artesanato e design estão reunidos na galeria comercial Embaixada, instalada no Palacete Ribeiro da Cunha no Príncipe Real, em Lisboa, que marca, nesta quinta-feira, o seu aniversário com várias iniciativas de música e entretenimento. A galeria contribuiu para dinamizar o bairro, acredita Filipa Valle Teixeira, directora comercial da EastBanc, proprietária da galeria e de outros de 13 edifícios, todos na mesma zona. A empresa juntou-se aos moradores e aos comerciantes e fundaram a Príncipe Mais Real, associação sem fins lucrativos com o objectivo de melhorar a qualidade de vida no bairro.
A promoção do Príncipe Real foi sempre uma preocupação para os gestores da Embaixada, declara Filipa Valle Teixeira. “O nosso objectivo foi sempre trazer mais pessoas ao bairro, mantê-lo como um bairro cool, trendy e onde as pessoas gostam de vir passear ao jardim, mas depois podem vir comprar uma coisa típica de algum canto de Portugal”, acrescenta.
Há uma década, lembra Filipa Valle Teixeira, o Príncipe Real era um “bairro muito característico e muito antigo. Havia muitas famílias a viverem aqui, edifícios emblemáticos como palácios ou palacetes. Não era uma zona totalmente desconhecida, mas era envelhecida”. Por isso, acredita que a abertura da galeria contribuiu para uma “grande mudança” na forma de comprar e de apresentar os produtos portugueses. “Conseguiu-se criar uma tendência”, declara.
Actualmente, a EastBanc, uma empresa do ramo imobiliário, é proprietária de 13 edifícios, todos na zona do Príncipe Real, com inquilinos como o restaurante do chef britânico Jamie Oliver ou a Manuel Castilho Antiguidades, que já se encontrava no bairro há cerca de 40 anos. Além disso, em conjunto com moradores e comerciantes, a empresa criou uma associação sem fins lucrativos. a Príncipe Mais Real, com vista a melhorar a vida no bairro.
“O objectivo é juntar o bairro todo e fazer qualquer coisa melhor. Temos a oportunidade de, por exemplo, fazer melhores iluminações de Natal”, exemplifica a responsável. “No fundo, queremos fundar uma comunidade que seja saudável, sustentável e que faça o bairro ser cada vez mais atractivo para quem queira visitar, mas também para quem vive e trabalha aqui”, acrescenta.
Eventos culturais
A Embaixada, além de ser um espaço com lojas e exposições, também recebe eventos culturais ligados ao mundo da moda e da música. Todos os domingos, a iniciativa Real Fado organiza concertos no palacete. Já em 2019, o desfile de modelos Pretty Real juntou o bairro ao convidar alguns moradores a desfilarem com as marcas presentes no Príncipe Real.
Nesta quinta-feira, para assinalar o nono aniversário, Embaixada veste-se de cor-de-rosa e a festa começa com a abertura das lojas às 12h. Entre as 14h e as 16h, haverá um saxofonista que vai encher as ruas do Príncipe Real com música; entre as 16h30 e as 18h30, há concertos do Real Fado, de 15 minutos, no Reservatório Patriarcal. E a noite termina no Palacete Ribeiro da Cunha com um concerto da DJ Poppy, entre as 19h e as 21h.
O cor-de-rosa foi escolhido porque é a cor associada ao número nove, diz a Embaixada em comunicado à imprensa, e são as chamadas bodas de cerâmica. Por isso, por um lado, os visitantes são convidados a usarem uma peça cor-de-rosa e a celebração será também marcada por uma parceria com a ceramista Anna Westerlund, que produzirá as suas conhecidas Antoinettes para assinalar o aniversário.
Apesar de estar localizada e enraizada neste bairro tipicamente lisboeta, esta galeria comercial não contém só produtos feitos na capital, como é o caso da Ecolã, empresa originária de Manteigas, Serra da Estrela, e é uma das marcas presentes desde a abertura da Embaixada. Para Margarida Clara, representante da loja beirã, a localização é um factor fundamental para se manterem, desde 2013, neste espaço. “Gostamos muito do conceito. É um bairro muito giro com muitos turistas e uma zona muito apelativa”, afirma.
Para os donos da Embaixada, a evolução do Príncipe Real continuará a ser uma preocupação central na sua actividade. “Nós gostamos de nos apelidar de cuidadores deste bairro, portanto é muito importante para nós estarmos sempre envolvidos e participarmos todos”, conclui Filipa Valle Teixeira.
Texto editado por Bárbara Wong
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