Saúde
Esta exposição mostra o lado feio (ou não) de tentar ser f**king perfect
Numa mesa, servem-se próteses de silicone como prato principal, acompanhadas de seringas de botox. O tema de conversa: de quanto dinheiro, tempo e saúde estamos dispostos a abdicar para ser perfeitos, o que quer que isso signifique?
Be F**king perfect – The Pursuit of Excellence é uma exposição artística, mas marca o fim de um projecto de investigação.
Chiara Pussetti, antropóloga e curadora da exposição, é também a coordenadora do projecto Excel - Em busca da Excelência, desenvolvido por um grupo multidisciplinar de investigadores do Instituto de Ciências Sociais (ICS) e da Faculdade de Medicina (FM), da Universidade de Lisboa.
Heranças coloniais nas práticas cosméticas e cirurgias estéticas étnicas; o melhoramento cognitivo entre a população jovem e estudantes universitários; envelhecimento activo e práticas anti-envelhecimento; modificação hormonal; DIY e biohacking foram alguns dos temas abordados pelos investigadores, que agora têm uma exposição em Lisboa para mostrar o que aprenderam. Já antes falámos deles, num artigo sobre branqueadores de pele tóxicos à venda em Lisboa.
Os objectos de investigação são acompanhados por fotografias das artistas Evija Laivina, da Letónia, e Jessica Ledwich, da Austrália, que expõem os “riscos ligados à procura da perfeição humana”. “O mercado das biotecnologias de aperfeiçoamento dos seres humanos (estético, cognitivo, sexual, anti-envelhecimento, entre outros) é um dos mais activos e rentáveis do mundo, e a oferta da indústria do aperfeiçoamento é cada vez mais acessível, mais económica e menos invasiva”, lê-se, na apresentação da exposição.
Be F**king perfect abre a 15 de Setembro e fica um mês na galeria Óriq, com entrada livre. Na inauguração, às 19h, Chiara Pussetti vai apresentar o projecto Excel. As duas fotógrafas estarão também presentes.