“Quem sai da prisão sem ninguém… sabe que não vai ser feliz.” Assim nasceu O Companheiro
A prisão é um lugar “escuro”, “tremendo”, onde os pensamentos “torturam”. Mas, “cá fora”, continua a não ser fácil. Para quem sai da prisão sozinho, O Companheiro é a primeira casa — e é aqui que se reaprende a estar no mundo. “Agora sou uma pessoa que nunca pensei que fosse. Aprendi a ser eu mesmo.”
Passar de “lá dentro” para “cá fora” é uma longa viagem, começa por dizer José Pinheiro. Há dois anos que deixou de ser tratado por um número, um dos muitos que ocupam as celas da prisão da Carregueira, em Sintra. Desde então, reaprendeu a viver com os barulhos da cidade, a azáfama dos transportes públicos e até a caminhar pela calçada de Lisboa. “O chão na cadeia é todo liso, para não se arrancar pedras. Cá fora parecia que já nem sabia andar”, diz José, de 46 anos. “Para quem esteve preso volta tudo a ser novo”, acrescenta.
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