Trabalhar sem limites é limitado: O equilíbrio entre vida pessoal e profissional depois das férias

Setembro é um mês de recomeços e intenções. E para muitos o retomar da luta para encontrar o bendito equilíbrio entre vida pessoal e profissional.

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“Pausar” pode parecer plástico inicialmente e podemos tender a sentir culpa, contudo é fundamental para começar a quebrar o padrão DR/Glenn Diaz

É sabido que trabalhar demais faz mal à saúde de todos. Mas tudo indica que ainda é muito difícil libertarmo-nos desse padrão que compromete a produtividade, a saúde mental, física e ainda a nossa saúde familiar.

Arrisco a dizer que trabalhar sem limites, limita e adoece uma sociedade.

Os mais vulneráveis neste assunto são os trabalhadores por conta de outrem, trabalhadores independentes com vários trabalhos, empregos com horários que dificultam uma rotina. O que será afinal preciso para que se dê uma transformação de paradigma?

Um bom equilíbrio entre vida profissional e pessoal significa ter harmonia entre os diferentes aspetos da nossa vida. O bem-estar retirado de uma área otimiza-nos nas restantes, mantém-nos conectados às nossas necessidades, às pessoas que mais amamos e ao mundo.

A pandemia obrigou muitos de nós a “parar” e a confrontarmo-nos com questionamentos que podem ser assustadores: “Quem sou eu?”, “Qual o sentido do que estou a fazer e de onde vivo?”, “O que preciso?”, “Qual o sentido de tudo isto?”. E o trabalho serviu como ótimo refúgio, mas trouxe consigo o modo piloto automático, distanciando-nos, acima de tudo, da nossa Humanidade.

Para alcançar um melhor equilíbrio entre vida profissional e pessoal é fundamental começar pela reflexão sobre o tema, sobre as nossas crenças mais enraizadas e posteriormente uma redefinição de papéis.

Pode começar por desenhar dois relógios, de um dia da semana e outro de um dia de fim de semana. Veja quanto tempo usa para si, para trabalhar, para as crianças, para tarefas diárias, para namorar, hobbies ou outros. A mudança começa com a tomada de consciência.

Alguns estudos reforçam que não se trata de uma correção única de hábitos, mas de um processo consciente que deve fazer parte do nosso dia a dia. Um processo muitas vezes difícil, semelhante a uma desintoxicação, que precisa de disciplina para conseguirmos monitorizar e entrar mais tarde ou sair mais cedo. Limitar o trabalho e criar espaço para outras áreas, afinal não é esse o objetivo?

Aqui ficam algumas etapas deste processo:

1. “Pausar” pode parecer plástico inicialmente e podemos tender a sentir culpa, contudo é fundamental para começar a quebrar o padrão.

2. Reconhecer as nossas necessidades no momento. Se olharmos para a pirâmide de Maslow, temos uma hierarquia diversificada de necessidades, que começa nas físicas, passa pela Aceitação, Estima, Conhecimento, Moralidade, Harmonia, Espontaneidade ou Sonho. Quais destas são satisfeitas no seu dia a dia?

3. Re-priorizar e avaliar as alternativas, pode começar por avaliar quais dos aspetos do seu trabalho gostaria de mudar? Quanto tempo passa e gostaria de passar com a sua família e/ou amigos? Quais os seus hobbies ou “Me Time”?

4. Quando chega o momento de mudança, esta pode implicar uma mudança pública ou simplesmente uma mudança de shift, despreocupada com as expectativas dos outros (colegas, chefes ou clientes).

Vamos a isto? Entrar em setembro a gosto.

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