Entre a ria e o oceano, uma Casa Azul dos anos 60 é um “paraíso de Verão”

Uma antiga casa de férias na praia da Costa Nova, em Ílhavo, levou um banho contemporâneo — sem que ficasse a parecer fora do lugar. O projecto é da autoria dos arquitectos Daniela Sá e João Carmo Simões.

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Na praia da Costa Nova, em Ílhavo, uma habitação dos anos 60 foi agora recuperada. Ao leme do projecto, pela primeira vez em parceria, os arquitectos Daniela Sá e João Carmo Simões (fundadores da editora monade) quiseram abrir a antiga casa de férias “à contemporaneidade e restabelecer uma ligação forte à paisagem e à sua relação simples com a natureza”, lê-se em comunicado.

A ideia era que as muitas alterações realizadas na Casa Azul não se evidenciassem, “mas que, com naturalidade, fizessem parte da arquitectura que lá estava”, explica João Carmo Simões, em conversa com o P3. “A casa é de uma época simples, de uma maneira simples de viver, e é isso que continua a existir.”

Construída nos anos 60 em cima da duna, a obra, toda em madeira, é elevada para que a areia e o vento possam circular a gosto. Tanto a elevação como o material  também relacionado com a tradição dos barcos naquela praia ​ são reflexo de um lado “muito pragmático e simples”. “Esta arquitectura vem dos pressupostos que a natureza coloca naquele sítio. E, por isso, não foi uma escolha nossa, de gosto, foi o caminho natural”, relata Daniela Sá, ao P3.

No interior, ao centro, a lareira  o único elemento em tijolo comanda a divisão das áreas: “o espaço de refeição e cozinha, a sala de estar e o corredor central de acesso aos quartos”. A bancada da cozinha, em latão, é uma referência à construção naval, diz João, e os armários são uma recriação dos que existiam na casa, trazendo de volta o “charme” da época. Como na cabine de um barco, duas camas extra aparecem no caminho até à casa de banho, que passou a relacionar-se com o exterior através das janelas e do mármore azul e areado, “evocando as dunas e as ondas”.

Com a ria de Aveiro de um lado e o oceano Atlântico do outro, a Casa Azul dá forma a um “diálogo com o passado”, que se restabelece com a reafirmação desta “invenção perdida de paraíso de Verão”.

Texto editado por Ana Maria Henriques
Texto corrigido e actualizado às 17h22 de 17 de Agosto: a casa em questão sempre foi uma casa de férias e não um palheiro.

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